A Copa do Mundo está prestes a iniciar mais uma edição, desta vez no Catar, e trará emoções de todos os tipos para os torcedores. 32 seleções duelarão para ser a melhor do esporte mais popular do planeta, e isso mexe com todos, inclusive pilotos. E, no passado, um dos gestos mais simbólicos da história da Fórmula 1 surgiu por conta do Mundial de Futebol, em um dia que se tornou monumental também por um gol na competição mundialista, ligando para sempre Ayrton Senna e Diego Maradona.
Os personagens mais importantes do esporte brasileiro e argentino não poderiam ser mais diferentes: Senna sempre passou uma imagem de obstinado, perfeito e quase divino, mesmo antes de se tornar tricampeão mundial de Fórmula 1. Maradona, por sua vez, era a antítese do piloto: errático, sem medo de se mostrar um mortal mesmo sabendo de seu tamanho no esporte e na sociedade argentina. Quase um anti herói.
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Para falar desta história, inicialmente voltamos ao dia 21 de junho de 1986. Naquele dia, Senna participava de treinos para o Grande Prêmio de Detroit de Fórmula 1 com a Lotus, marcando a pole position. No mesmo momento, no México, a França eliminou o Brasil da Copa do Mundo em uma dramática partida que terminou empatada com um gol para cada lado, tendo vitória dos Bleus nos pênaltis, encerrando a segunda passagem de Telê Santana pela Seleção. Os funcionários da equipe, então, encontraram no piloto o alvo perfeito para a zoação.
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No dia seguinte, 22 de junho de 1986, Senna superou um pneu furado e os rivais para vencer no circuito montado nas ruas da “capital do automóvel”. Foi a senha para que o piloto fosse à forra com os integrantes da Lotus de uma forma que se tornaria seu principal símbolo daquele momento em diante: Ayrton recebeu uma bandeira brasileira e fez a volta de desaceleração segurando-a, em resposta aos colegas e Lotus. O gesto seria repetido outras tantas vezes posteriormente.
Enquanto o piloto brasileiro vencia nos Estados Unidos, a Copa do Mundo do México vivia outro grande jogo: Argentina e Inglaterra se encontravam em mais um duelo decisivo pelas quartas de final no Estádio Azteca, na Cidade do México. O contexto levava em conta que, quatro anos antes, os ingleses venceram a Guerra das Malvinas, transformando-a em “Ilhas Falkland”.
Coube a Maradona chamar a responsabilidade para vencer o jogo, primeiro com a ajuda da “mão de Deus” para completar para o gols aos seis minutos do segundo tempo, abrindo o placar para os alvicelestes. Quatro minutos depois, o camisa dez argentino chocou o mundo ao driblar cinco ingleses para marcar o segundo gol, naquilo que o narrador Victor Hugo Morales, aos prantos, chamou de “barrilete cosmico”. Gary Lineker até descontou no final do jogo, mas os sul-americanos venceram.
Curiosamente, o público brasileiro viu ao vivo através da TV o feito do argentino. Explica-se: a detentora dos direitos de transmissão da Fórmula 1 em 1986 era a TV Globo, que também exibia a Copa do Mundo. Com os dois eventos ocorrendo ao mesmo tempo, a emissora da família Marinho optou por mostrar o embate entre argentinos e ingleses. A corrida só foi exibida horas depois de sua realização.
Neste ano, a Fórmula 1 correrá o GP de Abu Dhabi horas antes do início da Copa do Mundo do Catar. Novamente serão eventos em países vizinhos, mas será que teremos uma coincidência como a ocorrida há 36 anos? Só o tempo poderá dizer isso.
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