A Ford lançou no último mês de novembro o Mustang Mach-E, primeira versão elétrica do modelo, um dos mais icônicos da história dos automóveis. O modelo, apresentado ao mundo em Los Angeles, teve toda a edição limitada “First Edition” esgotada rapidamente, enquanto as versões Premium e GT ainda estão disponíveis para clientes nos Estados Unidos e na Europa. O que poucos sabem, porém, é que a marca americana possui um histórico de construção de carros que, de alguma forma, eram movidos à eletricidade.
Em 1913, Henry Ford, fundador da fabricante americana, trabalhou ao lado de Thomas Edison em dois modelos de carros movidos a energia elétrica. Edison, conhecido por inventar a lâmpada, buscou criar uma bateria que pudesse mover o veículo, que seria de baixo custo, usando peças do modelo T, modelo que foi lançado em 1908 com motor a gasolina. Nenhum dos veículos elétricos chegou a ser lançado.
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Os projetos de carros elétricos foram retomados apenas em 1967, quando pesquisadores da Ford desenvolveram o Comuta, protótipo experimental totalmente elétrico, alimentado por quatro baterias de chumbo-ácido. O veículo tinha autonomia para 64 quilômetros, e velocidade máxima de 40 km/h. O modelo, que tinha dois metros de comprimento, jamais foi produzido.
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12 anos depois do projeto do Comuta, em 1979, foi criado um Ford Fiesta experimental com bateria de níquel-zinco. O veículo alcançava os 100 km/h e tinha autonomia de 160 quilômetros. A bateria tinha 317 quilos e contava com quase três vezes mais capacidade de carga em relação as baterias de chumbo-ácido, além de metade do volume do modelo usado anteriormente.
Outros modelos foram testados. No fim dos anos 1980, a Ford desenvolveu o elétrico ETX-II, um Ford Aerostar elétrico com velocidade máxima de 100 km/h e autonomia de 160 quilômetros. Depois, em 1991, foi a vez do conceito Connecta, com bateria de sódio e enxofre, que podia ser recarregada numa tomada doméstica comum ou numa tomada especial de 220 volts.
Em 1993 surgiu a van Ecostar, baseada no Escort europeu, para um programa piloto de frotas. Com autonomia de 160 quilômetros e velocidade de 112 km/h, o modelo se mostrou bom em condições de trânsito urbano. Uma frota teste de 80 carros rodou 1,6 milhão de quilômetros em cidades de todo o mundo, mas o custo de 45 mil dólares da bateria inviabilizou o projeto.
Mais tarde, nos anos 1990, a Ford avançou bastante nos custos com uma Ranger elétrica, o primeiro veículo elétrico de produção vendido nos Estados Unidos. Mesmo com preço público de cerca de US$ 30.000, a maioria das 2.000 Ranger elétricas produzidas entre 1998 e 2000 foi vendida ou arrendada para empresas de serviço público e agências governamentais, como o Serviço Postal dos EUA. Com bateria chumbo-ácida, a picape tinha velocidade máxima de 120 km/h e autonomia de cerca de 96 km. A opção de uma bateria de níquel-metal-hidreto, lançada em 1999, deu a ela a mesma capacidade de carga útil da Ranger a gasolina, além de autonomia ampliada para 160 km.
Na época do lançamento da Ranger elétrica, a Ford entrou no Consórcio de Baterias Avançadas dos Estados Unidos com o objetivo de desenvolver um veículo elétrico acessível com autonomia de 160 km, enfrentando os desafios de custo, durabilidade e alcance limitado das baterias chumbo-ácidas.
Nos anos seguintes, a empresa continuou a pesquisar outros tipos de bateria. Seu centro de pesquisa e engenharia avançada na Europa desenvolveu o primeiro veículo totalmente elétrico com uma bateria de íons de lítio, baseado no Ka, em 2001. O e-Ka tinha uma autonomia de mais de 145 km e velocidade máxima em torno de 130 km/h.
O TH!NK City e o TH!NK Neighbor surgiram um ano depois. Parte de um programa-piloto de 400 unidades, o TH!NK City era um compacto de dois lugares com baterias de níquel-cádmio. Ele atingia a velocidade máxima de cerca de 90 km/h, com autonomia de 64 a 80 km. O TH!NK Neighbor era um veículo de dois ou quatro lugares, projetado para viagens curtas. Alimentado por baterias de chumbo-ácido, tinha velocidade máxima de 40 km/h e autonomia de 32 a 48 km. Foram produzidos 7.000 TH!NK Neighbor.
Híbridos
No início dos anos 2000, as montadoras ainda não tinham conseguido produzir um carro elétrico popular e acessível e a atenção se voltou para os híbridos. Em 2004, a Ford lançou seu primeiro modelo híbrido de produção, o Ford Escape Hybrid (junto com o Mercury Mariner Hybrid). O Escape Hybrid foi o primeiro SUV híbrido do mundo e o primeiro híbrido produzido por uma montadora da América do Norte. Ele foi eleito Utilitário do Ano nos EUA e começou a operar em frotas de táxi na cidade de Nova York.
Em 2005, a Ford lançou um veículo a célula de combustível, que convertia energia química em eletricidade para acionar o motor usando hidrogênio e oxigênio. Esse modelo tinha uma autonomia de cerca de 300 km e velocidade máxima de 130 km/h. A empresa passou a oferecer mais opções híbridas, incluindo os Fusion Hybrid e híbrido plug-in, o Lincoln MKZ Hybrid, os C-MAX Hybrid e plug-in, além do Focus Electric totalmente elétrico.
O novo Ford Escape 2020 ganhou recentemente um sistema híbrido, incluindo uma opção híbrida plug-in. O novo Ford Explorer 2020 também oferece uma opção híbrida na versão de topo Limited, assim como o Lincoln Aviator e o Lincoln Corsair nas versões Grand Touring. Esses veículos trazem a tecnologia de bateria de íons de lítio de quarta geração da marca.
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