Imagine você nesta cena: seguindo na faixa do meio, por uma avenida, de três faixas. Atrás de você, cerca de dois metros de distância, dois carros, um de cada lado. Um deles, o da direita, emparelha com seu carro, segue poucos metros adiante e, sem dar seta, corta na sua frente, para virar logo adiante, em uma rua à esquerda.
Você freia para não bater. Daí, o carro que vem pela sua esquerda, também emparelha e, também sem dar seta, te fecha, para entrar em uma rua à direita, repetindo a ação do outro carro.
Comum, não? Tenho certeza de que cada um de vocês já viveu situações semelhantes e, dependendo do seu estado de espírito, pelo menos um xingamento você solta, certo? Mas é bom que ele fique só no pensamento, porque nunca se sabe quem está no volante do outro carro. Pode ser que ele seja desequilibrado e use o seu “treizoitão” em você para provar que é “macho”.
E isso se repete nas estradas, especialmente nos finais de semanas prolongados, quando pessoas não acostumadas a dirigir em rodovias tomam conta delas.
Mas, antes de entrar no assunto das lanternas de direção, uma dica para quem dirige: preste atenção na roda dianteira do carro, caminhão ou ônibus (estes dois últimos erram menos neste aspecto). Quando ela se movimentar para o lado em que você está seguindo, tire o pé, porque o motorista não dará seta, mas vai entrar na sua faixa de direção.
Um dos muitos amigos com quem falei sobre a questão contou, que certo dia, indo atrás de uma motorista, ao parar no semáforo disse a ela: sua seta está quebrada! Cá entre nós, conversei com 10 deles e acharam que a ideia de acabar com a seta é boa.)
Ela deu seta e disse que não. Ou seja, ela não deu seta em nenhuma das conversões feitas. Foram três!
E, às vezes, quando usa, não faz o que anunciou. Isso aconteceu comigo, na segunda-feira, quando fiquei esperando o carro virar para a direita, me impedindo de atravessar a rua e, segui em frente. Mas antes, três carros fizeram conversões sem indicar o que iam fazer. E o meu trajeto foi de apenas dois quarteirões.
E há o caso de alguns caminhoneiros que usam mal a seta de direção. Preste atenção: você está na estrada, dentro dos limites, a 100 km/h. Quando o motorista da carreta não tem muita prática, ele dá seta e entra, quando você está praticamente no meio da sua carreta. Então, vale a dica anterior, preste atenção nas rodas dianteiras da carreta ou do caminhão na estrada. E tire o pé, para que um acidente não tire a sua vida.
Para que ainda se coloca setas nos carros?
Você sabia que, em média, cada seta indicativa de direção custa US$ 30, segundo cálculos de um técnico do setor? Pois é, porque tem as quatro lanternas, com refletor, a chave da seta junto ao volante, o módulo, a fiação e lâmpadas para quatro setas.
Imagine o quanto seria economizado pelos fabricantes, se não precisassem mais colocar setas nos carros. Afinal, se a grande maioria das pessoas não usa, para que colocar. Ou vender com opcional, como tantos que já existem.
São 65 fábricas, montadas em 11 estados, com capacidade instalada de 4,5 milhões (que não foi alcançada, e tem cada vez menos chances de que isso ocorra), 5.500 concessionárias e 126 mil empregados. (esses números podem ter sofrido mudanças nos últimos meses). Imaginem que a economia, com a extinção das setas seria de US$ 150 milhões/ano.
Isso, sem falar das motos que, quando conduzidas pelos motoboys, só se ouve a irritante buzina e nunca a seta, porque não dá tempo, tal a rapidez com que mudam de direção.
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