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Coluna Chico Lelis: querido e inesquecível chefe Seccão

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  • Publicado: 31/01/2025
  • Atualizado: 31/01/2025 às 13:01
  • Por: Chico Lelis

Quando recebi a confirmação do falecimento do Seccão (Luiz Carlos da Silva Secco), me veio à mente a figura de dona Hilda, sua secretária nos tempos em que eu trabalhei com o meu grande mestre e de muitos de nós, na Ford, ali no Centro Tecnológico na avenida Rudge, em São Bernardo do Campo, que hoje abriga uma universidade.

Luis Carlos Secco e o seu filho José Carlos Secco: inseparáveis – Foto arquivo Zé Carlos Secco

Mas, por que me lembrei dela? Porque estou certo de que ela trocaria sua vida pela do seu chefe, nosso querido Seccão, tal a forma respeitosa e, acima de tudo, carinhosa com que ele tratava aquela senhora nordestina que o defendia até mesmo do próprio presidente da Ford, à época Joseph W. O’Neill, caso ele representasse uma ameaça.

E o Seccão era esse cara, capaz de ser amado por todos, respeitado em todos os lugares por onde passou e por todos aqueles que o conheceram.

Eu o conheci, por intermédio do Sérgio Aparecido, meu querido companheiro no jornal A Tribuna (Santos/SP), que ao deixar a Ford, para ser o homem de Imprensa da Scania, indicou-me para o Seccão como seu substituto.

E lá fui eu, serra acima, aos 27 anos tremendo de medo do que enfrentaria, muito embora o Serginho tenha garantido que eu jamais tivera um chefe como aquele, com quem conviveria nos próximos tempos. Ele tinha razão! Seguia o ano de 1973 e, ao entrar na sala da gerência, depois de passar pelo crivo da dona Hilda, fui recebido com um sorriso que se eternizou em minha memória.

Gentil, como todos o conheciam, pediu que eu sentasse, ofereceu café e, sempre com uma voz suave e amiga, me fez perder o medo que me consumiu na subida da Via Anchieta (rodovia que liga Santos à Capital, pois a Imigrantes só foi inaugurada em 1976, por Ernesto Geisel, então presidente da República).

Lembro-me do primeiro conselho dele.

– Para nós, aqui na assessoria de Imprensa da Ford, o pequeno jornal de uma cidade qualquer do nosso Sertão, Interior ou Litoral, tem o mesmo valor que o grande de uma capital. Aqui nós respeitamos a Imprensa como um todo, sem dar preferências para ninguém. Respeitamos, acima de tudo, o jornalista.

E, ao longo do tempo percebi que assim era o trabalho do Seccão, sempre disposto a atender quem quer que fosse de onde fosse. Sempre protegido pela dona Hilda, uma figura que se fazia de brava / fera, mas nunca a vi destratar ninguém, principalmente da Imprensa.

Minha primeira viagem Ford

Acho que a primeira viagem que fiz pela Ford foi levar aquele “horrível” Maverick 6 cilindros, com aquele igualmente horrível motor usado no jipe e na Rural, para testes no Rio de Janeiro.

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