Com 17 inscritos, Brasil participa com a maior delegação desde a estreia do país em 1988. A 46ª edição do Rally Dakar 2024 já está a todo vapor e nossos representantes estão obtendo resultados históricos, como a primeira vitória na geral de uma especial do Dakar na categoria carros, conquistada pelo piloto Lucas Moraes. O término do rali está previsto para o dia 19 de janeiro.
Cercado de mitos, heroísmo e tragédias, o Dakar permanece no imaginário popular como o grande teste de pilotos e máquinas dispostos a enfrentar uma rotina de riscos elevados e imprevisibilidade. É também uma das poucas competições mundiais que falta ao panteão de vitórias do Brasil neste esporte.
Início da história brasileira no Dakar
O país estreou no Dakar em 1988, quando Klever Kolberg e André Azevedo resolveram disputar a corrida, mesmo sem recursos, como pneus reservas para suas motos Yamaha. O Brasil já conquistou títulos em categorias intermediárias da prova, o que não é pouco, mas nunca venceu na classificação geral na categoria principal, dos carros. O primeiro título veio com Kolberg, campeão da categoria Motos Maratona em 1993. O país chegou perto do título geral pela primeira vez em 2023, com Lucas Moraes, que surpreendeu o mundo do off-road ao chegar ao pódio já em sua estreia. Em 2024, no entanto, o time brasileiro chegou com a melhor perspectiva da história de sua participação no Dakar – em uma edição que reunirá quase 800 competidores de 72 nacionalidades.
Realizado desde 2020 na Arábia Saudita, o Dakar está cruzando desertos inóspitos a pântanos. Mas as “estrelas” são novamente as dunas do “Empty Quarter”, verdadeiras montanhas de até 300 metros de altura que dominam grandes trechos deste deserto, cujo sugestivo nome pode ser traduzido como “Território Abandonado”.
A distância total da prova é de 7.891 km, sendo 4,727 km de “especiais” – trechos cronometrados e válidos para definir o resultado da competição. Ao todo, são 12 especiais. Uma delas, chamada “maratona”, tem 48 horas de duração, com os competidores tendo duas horas para reparo dos veículos.
Com 778 inscritos, o Dakar 2024 é dividido em oito categorias principais: Motos, Quadriciclos, Carros, Challenger (UTVs protótipos, do tipo T3), SSV (UTVs de produção preparados, tipo T4), Caminhões, M1000 (protótipos) e Clássicos (veículos de época que já competiram na prova). O maior rally do mundo acontece sob regulamento do W2RC, o Campeonato Mundial de Rally Raid, que é organizado pela FIA e cujas provas são similares ao brasileiro Rally dos Sertões.
“Seleção Brasileira” do off-road
Entre as principais novidades foi a ascensão de Lucas Moraes para o time A da atual campeã, a Toyota Gazoo Racing, colocando-se definitivamente entre os favoritos para as primeiras posições. Moraes, cujo carro tem patrocínio da também SpeedMax, disputa a categoria mais veloz do Dakar, a T1+, na qual tem a companhia das experientes duplas brasileiras Marcos Baumgart/Kléber Cincea e Cristian Baumgart/Beco Andreotti, que retornam ao Dakar. Também com títulos do Sertões, que é referência no esporte, eles dessa vez estão a bordo do competitivo modelo Prodrive Hunter, vencedor de nove das 14 especiais do Dakar 2023.
Também é destaque a estreia do campeão sul-americano de rally raid e bicampeão do Sertões Rodrigo Varela, filho do tricampeão mundial e campeão do Dakar na categoria UTV (2018), Reinaldo Varela. Competindo na categoria dos UTVs de fábrica preparados (T4), Rodrigo conta com a navegação de Ênio Bozzano, que também detém um título no Sertões e vem investindo em uma carreira internacional.
O atual campeão da Copa do Mundo FIA de Rally Raid, Cristiano Batista, é uma das forças na categoria T4, em parceria com o navegador espanhol Fausto Mota. Campeã do Rally dos Sertões 2023 na categoria Carros, a dupla Marcelo Gastaldi e Cadu Sachs retornou ao Dakar para competir entre os UTVs fabricados especificamente para corridas (protótipos) da T3.
Já o navegador catarinense Gustavo Gugelmin reedita a bem-sucedida parceria com o piloto norte-americano Austin Jones, com o qual faturou os títulos nas divisões T4 (2022) e T3 (2023) do Dakar.
Um nome que merece atenção é o de Marcelo Medeiros, muito competitivo no Dakar 2023 na categoria Quadriciclos e cotado como um dos favoritos para 2024. Completando a lista de nomes fortes, o navegador Lourival Roldan (campeão do Dakar 2017 na categoria UTV) tem como parceiro o piloto paraguaio Oscar Peralta.
Brasileiros no Dakar 2024
Piloto / Navegador / Veículo
CATEGORIA CARROS T1+
Lucas Moraes (Brasil) / Armand Monleon (Espanha), GR Hilux DKR T1+
Marcos Baumgart (Brasil) / Kléber Cincea (Brasil), Prodrive Hunter T1+
Cristian Baumgart (Brasil) / Beco Andreotti (Brasil), Prodrive Hunter T1+
QUADRICICLO
Marcelo Medeiros (Brasil), Yamaha YFM 700 Raptor
UTV – PROTÓTIPO (T3)
Austin Jones (EUA) / Gustavo Gugelmin (Brasil), Can-Am Maverick XRS
Marcelo Gastaldi (Brasil) / Carlos Sachs (Brasil), UTV MCE-5
Gunter Hinkelmann (Brasil) / Fabrício Bianchini (Brasil), UTV MCE-5
Oscar Peralta (Paraguai) / Lourival Roldan (Brasil), Can-Am Maverick T3
UTVs DE PRODUÇÃO
Rodrigo Varela (Brasil) / Enio Bozzano (Brasil), Can-Am Maverick XRS
Jorge Wagenfuhr (Brasil) / Humberto Ribeiro (Brasil), Polaris RZR PRO R
Cristiano Batista (Brasil) / Fausto Mota (Espanha), Can-Am Maverick XRS
Texto base original: BestPR / divulgação
Fotos: BestPR / divulgação
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