Um dos melhores pilotos do mundo, sem jamais ter passado pela Fórmula 1. Essa é uma boa maneira para se referir a António Félix da Costa, português que, aos 28 anos, sagrou-se campeão mundial da Fórmula E com duas corridas de antecipação. O lusitano quase parou na Fórmula 1, pela Red Bull, passou pela Stock Car e em categorias de endurance, mas se achou na categoria dos carros elétricos.
Félix da Costa foi é considerado um dos melhores pilotos de sua geração, tendo vencido o campeonato da Fórmula Renault Norte Europeia, em 2009, e duas vitórias no GP de Macau de Fórmula 3, em 2012 e 2016. Ainda em 2012, foi terceiro colocado no campeonato da GP3, atual Fórmula 3 Internacional. Tal desempenho o colocou na academia de pilotos da Red Bull.
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A vida do português na principal categoria do automobilismo mundial começou, porém, antes disso. Ainda em 2010, foi piloto de testes da Force India. Dois anos depois, exerceu a mesma função na Red Bull, time que dominava a categoria naquela época. Porém, a vaga de titular nunca veio, mesmo com o terceiro lugar na hoje extinta World Series.
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Sem lugar na Fórmula 1, Félix da Costa passou a correr em categorias de endurance, e também em campeonatos como o DTM, e algumas corridas na Stock Car, principal categoria do automobilismo brasileiro. Em 2015, o piloto passou a se dedicar em tempo integral a novata Fórmula E. Mesmo correndo pela fraca Aguri, o português venceu logo em sua terceira corrida, em Buenos Aires.
O piloto seguiu na estrutura, que se tornou a Andretti, até 2019, mas só conseguiu se destacar no último ano, quando o time americano passou a ter uma parceria com a BMW. Voltou a vencer em Ad-Diriyah, e obteve outros dois pódios, terminando o campeonato na sexta colocação.
Tal desempenho fez com que Jean-Éric Vergne, bicampeão da Fórmula E, pedisse a DS Techeetah para contratar o português para a vaga de André Lotterer, que se mudou para a Porsche. Atendido pela equipe chinesa, o francês viu em seu novo companheiro um piloto que seria dos mais fortes na disputa da temporada atual.
Após um mau início de campeonato em Ad-Diriyah, Félix da Costa deslanchou em Santiago, onde foi segundo depois de perder a corrida nos momentos finais. Após outro segundo lugar no México, o piloto tomou a liderança do campeonato com a vitória em Marrakesh. Neste momento, o campeonato parou por conta da pandemia de coronavírus.
O que ninguém imaginava era o ótimo desempenho do luso em Berlim. Vencedor das duas primeiras corridas da rodada sêxtupla, Félix da Costa disparou no campeonato. Félix da Costa encaminhou o título com um quarto lugar no sábado, e foi campeão com um segundo lugar no domingo, tornando-se o primeiro português a ser campeão do mundo em categorias de Fórmula.
“Estou sem palavras. Algumas vezes, estive tão perto de desistir durante os momentos difíceis e graças às pessoas ao meu redor, nunca desisti. Sou muito grato a essas pessoas que acreditaram em mim e em minhas capacidades, mesmo quando não terminava nem perto do pódio”, disse o português, logo após a corrida do título.
“Muito obrigado ao JEV, eu sei que é difícil para ele, mas ele me ajudou muito e foi principalmente graças a ele que me estabeleci tão rapidamente na equipe”, completou Félix da Costa, exaltando a parceria com Vergne, que, mesmo tendo alguns momentos mais difíceis, como em Santiago, quando o francês o segurou na pista, ou em Berlim, quando gastou mais energia, se manteve ao lado do português.
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