Sérgio Sette Câmara participou nessa quarta-feira (14) do shakedown do novo carro da Fórmula 2, que passará a ser utilizado nesta temporada. O modelo, utilizado pela primeira vez em um teste em Magny-Cours, é mais rápido e mais pesado, se assemelhando mais aos carros da Fórmula 1, e arrancou elogios do mineiro, que fará sua segunda temporada na categoria defendendo a Carlin, equipe inglesa que volta ao campeonato neste ano.

“Achei o carro extremamente veloz em baixas velocidades, a força na hora que entra o turbo é impressionante. Nas arrancadas a diferença é brutal. Além disso, com os novos componentes aerodinâmicos, o carro tem mais downforce, o que nos permite imprimir uma velocidade maior nas curvas”, descreveu Sette Câmara.

“Assim, mesmo com o conjunto estando 30 kg mais pesado que o do ano passado, os engenheiros da Dallara acreditam que o carro novo será em média um segundo mais veloz dependendo do circuito”, disse o piloto, que disse ter se adaptado bem ao Halo, dispositivo de proteção do cockpit que também será adotado pela Fórmula 2.

“O Halo, que muitos falaram que iria atrapalhar, na minha impressão foi como se estivesse usando um óculos. Na hora que você sai do box incomoda um pouco, mas, logo em seguida já se torna natural”, disse o piloto, exaltando as semelhanças com os carros utilizados pela Fórmula 1.

“Para mim a mudança mais significativa foi a tecnológica. O novo carro está muito mais próximo de um F1 agora não apenas na parte de motor, câmbio e aerodinâmica, mas, também, na eletrônica. O novo volante me lembrou muito o que utilizei quando tive o meu teste com a Toro Rosso, em 2016”, explicou.

“Agora temos a chance de mudar a forma de aceleração, alterar ajustes de embreagem e várias outras coisas que nem mesmo nos apresentaram ainda. No carro do ano passado a única coisa que podíamos mexer era no balanço dos freios”, comentou Sette Câmara, que vê um aumento de exigência na pilotagem de um Fórmula 2.

“Seremos ainda mais exigidos durante as corridas uma vez que, ao clique de um botão do voltante, teremos a chance real de mudar o setup do carro volta a volta, tornando assim o equipamento mais próximo de um ajuste ideal nos diferentes momentos da corrida. Tenho certeza que qualquer piloto da F2, com esta mudança, estará muito mais preparado para fazer um teste de F1 do que antes”, completou.

Foto: FIA Formula 2