<p><img alt="Suíço do Porsche Team faz parte do trio que lidera a classe LMP1 do WEC" src="/wp-content/uploads/uploads/neel_jani_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Aos 33 anos, o suíço Neel Jani atravessa o momento mais vitorioso de sua carreira no esporte a motor. Indiscutivelmente.</span></p>

<p>Piloto de testes da Scuderia Toro Rosso em 2006 e de provas da PKV Racing na temporada 2007 da Champ Car – onde conquistou três pódios em 14 corridas, Jani integra o trio que, a bordo de um Porsche 919 Hybrid, ocupa o primeiro posto da série LMP1 do Mundial de Endurance (WEC). Mais que isso: em junho, ao lado do francês Romain Dumas e do alemão Marc Lieb, escreveu seu nome na história do automobilismo ao vencer as 24 Horas de Le Mans.</p>

<p>Nesse papo exclusivo ao <span style="color:#B22222;"><strong>RACING Online</strong></span>, direto da Cidade do México, palco da próxima etapa do WEC, neste sábado (3), o suíço revelou suas expectativas para o restante do campeonato. E, claro, fez um detalhado relato sobre a dramática vitória obtida a três minutos da quadriculada no Circuit de la Sarthe – com direito a uma conversa “premonitória” com o belga Jacky Ickx pouco antes da largada. “Ele me disse: ‘Você não pode vencer em Le Mans, Le Mans deixa você vencer’”, conta o piloto.</p>

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<p><strong>RACING Online – Cinco provas desta temporada se passaram e o seu time (Porsche número dois, do trio Dumas/Lieb/Jani) está na liderança do campeonato LMP1. Como estão as suas expectativas para as próximas etapas?</strong></p>

<p>Neel Jani – Liderar o campeonato significa apenas que estamos em uma boa situação, mas isso não nos garante facilidade. Minha expectativa é que essas últimas cinco provas (de 2016) sejam bem justas e difíceis, como aconteceu nas 6 Horas de Nürburgring.</p>

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<p><strong>RACING Online – Seu time está 33 pontos à frente do segundo colocado na tabela de pontos. Qual seria a estratégia ideal para esse momento?</strong></p>

<p>Jani – Acredito que seria errado administrar essa vantagem. Nós precisamos atacar e tentar ganhar corridas porque em provas de seis horas de duração há uma série de coisas que podem dar errado e esses 33 pontos podem sumir rapidamente.</p>

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<p><strong>RACING Online – Agora gostaria de falar contigo sobre as 24 Horas de Le Mans deste ano. Após oito anos, você conquistou sua primeira vitória no Circuit de La Sarthe. Como descreve esse momento? Imagino que seja um sonho realizado.</strong></p>

<p>Jani – Sim, é um sonho, é uma corrida tão difícil de ganhar! Antes da largada, Jacky Ickx falou para mim: “Você não pode vencer em Le Mans, Le Mans deixa você vencer”. E nesses oito anos eu vi várias vezes em que esse pensamento soa muito verdadeiro. Então, estou muito feliz que 2016 tenha finalmente sido meu ano!</p>

<p><span style="color:#FFFFFF;">.</span></p>

<p><img alt="A bordo do Porsche 919 Hybrid, Jani vence pela primeira vez em Le Mans" src="/wp-content/uploads/uploads/neel_jani_porsche_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

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<p><strong>RACING Online – Sua equipe conquistou pole position, liderou por várias horas e venceu com voltas de vantagem ao segundo colocado. Apesar desse cenário, esteve longe de ser uma vitória fácil, não é mesmo?</strong></p>

<p>Jani – Le Mans 2016 foi uma corrida para ser lembrada! Da volta um em diante foi uma batalha, muito disputada e, por volta da meia-noite, tornou-se uma batalha entre o nosso carro (Porsche número dois) e os dois Toyotas. Foi basicamente uma caça entre nós três e a questão era quem seria o primeiro a cometer um erro. Nós, da Porsche, fizemos dois pit stops a mais que a Toyota durante as 24 horas. Fazíamos 13 voltas (em cada stint), enquanto eles faziam 14. Então, nós tivemos de compensar esses dois pit stops com a velocidade mais pura que conseguíamos. Mas tivemos azar e perdemos tempo, cerca de 90 segundos, em diversas yellow zones, onde só é permitido pilotar a 80 km/h. Tivemos de compensar isso também.</p>

<p>De qualquer maneira, nessa briga de três, o primeiro a cometer um erro foi (Kamui) Kobayashi, no Toyota número seis. Com isso, a luta ficou entre nós, do Porsche número dois, e o Toyota número cinco. Após 23 horas, estávamos separados por apenas 25 segundos e ambos os carros pilotando no limite, com todo o risco em meio ao tráfego. Dez minutos antes do fim, meu carro teve um pequeno furo em um dos pneus e pensei que a corrida tivesse acabado para nós. Uma volta mais tarde, o Toyota (número cinco) sofreu alguns problemas no motor e pudemos voltar (à disputa pela primeira colocação) e, em seguida, ganhar a corrida. Assim, as emoções nos últimos dez minutos de uma prova de 24 horas foram de ruins, por conta do furo no pneu de nosso carro, a boas, após tomarmos a liderança.</p>

<p>Foi uma grande corrida da Toyota e uma grande batalha. Mas, ao fim, Le Mans decidiu nos deixar vencer.</p>

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<p><strong>RACING Online – Antes de chegar à Porsche, em 2014, você pilotou para um time independente do Mundial de Endurance (WEC), a Rebellion Racing. Qual é o balanço que você faz do envolvimento da Porsche em sua carreira e ao campeonato?</strong></p>

<p>Jani – Penso que é muito importante ter montadoras no WEC, mas também é importante ter equipes privadas. Sem a Rebellion eu nunca estaria apto para ter uma chance na Porsche, então é por causa disso que precisamos de equipes privadas. Precisamos de montadoras como a Porsche em Le Mans por causa de sua história e tecnologia. E, assim como pudemos ver nesse ano, a briga entre as três fabricantes (Porsche, Toyota e Audi) proporcionou uma grande corrida.</p>

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<p><strong>RACING Online – Você pilotou diversos monopostos, inclusive um Fórmula 1. Quais são as principais diferenças entre um F1 e o seu LMP1?</strong></p>

<p>Jani – O 919 Hybrid é cerca de 250 quilos mais pesado (que um F1) e é um carro fechado. Por outro lado, sob um ponto de vista tecnológico, o nosso carro é provavelmente mais sofisticado. Especialmente porque dispomos de quase 1000hp de potência.</p>

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<p><strong>RACING Online – Quando estamos em um kartódromo é muito comum escutar garotos (e seus parentes) falando em se tornarem pilotos de Fórmula 1 – ou, até mesmo, campeões da categoria. Contudo, sabemos que chegar à F1 é um caminho complicado. Como lidar com essa expectativa?</strong></p>

<p>Jani – Acho que no passado isso foi um sonho de todos, mas, atualmente mudou um pouco. Jovens pilotos estão começando a dar conta que o Mundial de Endurance (WEC) é uma boa alternativa! Fórmula 1 é muito difícil para alcançar sem os patrocinadores certos e conexões. Então (para fazer sucesso no automobilismo) você precisa ter um bom plano e ingressar em um programa de desenvolvimento, como os de Red Bull, Renault, Ferrari e Porsche.</p>