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Memória RACING: O tri de Chico Serra na Stock

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  • Publicado: 03/02/2017
  • Atualizado: 03/02/2017 às 5:02
  • Por: Racing

<p><strong>Texto de Americo Teixeira Jr. originalmente intitulado "Serra: o nº 1 da nova era". Publicado na edição 82 da Revista RACING (novembro de 2001). Adaptações por Rafael Ligeiro.</strong></p>

<p><img alt="Serra foi o primeiro campeão da era V8 da Stock. (Foto: Divulgação/Stock Car)" src="/wp-content/uploads/uploads/serra_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p>Quando o piloto paulista Chico Serra cruzou a linha de chegada da 12ª e última etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car V8, no Autódromo José Carlos Pace, ele estava fazendo do lendário circuito de Interlagos o palco de um episódio histórico. Tal realidade se deveu nem tanto pela decisão do título máximo da competição, uma vez que ele já conquistara o caneco por antecipação em Curitiba, mas principalmente plea grande representação da temporada recém-encerrada para o automobilismo brasileiro.</p>

<p>Serra garantiu o status de primeiro campeão de uma nova era da categoria de turismo mais importante do país, um marco para o esporte.</p>

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<p>Em 2000, a Stock Car já dera um salto dos mais significativos em sua trajetória – iniciada em 1979. A mudança mais radical foi marcada pela ousadia de deixar de lado os modelos de passeio preparados para competição (tempos dos Chevreolet Opala e Omega) para correr com um verdadeiro carro de corrida. </p>

<p>O projeto do engenheiro argentino Edgardo Fernandez, a construção executada pelo ex-campeão Zeca Giaffone, o novo formato de marketing adotado pela associação da categoria, tudo isso, aliada à força de seus pilotos e de suas equipes, transformou a Stock Car em uma competitiva e entusiasmanete categoria.</p>

<p>Apesar do grande avanço, o motor da categoria da temporada passada ainda era o antigo seis cilindros em linha. Faltava um propulsor mais moderno, que se enquadrasse nesse momento de evolução. E o impulso maior foi dado com a introdução do "nervoso" motor V8, último e decisivo passo para fazer da nossa Stock Car, algo realmente moderno.</p>

<p><strong>Serra tricampeão</strong></p>

<p>Nessa fase de intensas transformações, Chico Serra esteve presente em todas elas de maneira exponencial. Foi, em 1999, o último campeão da fase Omega da categoria. Fechou o século 20 como primeiro campeão da Stock disputada com carros verdadeiramente de corridas e, para completar o período de excelência representado pela parceria do ex-piloto de F1 com o chefe de equipe Washington Bezerra, firmou-se como o primeiro campeão da Stock Car V8.</p>

<p>Esse período atual foi marcado pela regularidade de muitos pontos de Serra. Ele venceu a etapa final do campeonato de 2001 com o tempo de 40m50s272, o necessário para completar as 22 voltas da corrida. Esse resultado garantiu-lhe a quinta vitória no ano e elevou-lhe a 167 pontos. Somente em duas ocasiões deixou de pontuar e a primeira delas foi justamente em Interlagos, na sexta etapa do campeonato, quando um acidente na largada fez com que ele ficasse hospitalizado por alguns dias.</p>

<p>Para não deixar dúvidas sobre sua superioridade em 2001, o ex-comandado dos irmãos Fittipaldi na Fórmula 1 assinalou a melhor volta da prova (aliás, pela quinta vez no ano). No sábado, marcou a pole, posicionamento que fez dele também o recordista de largadas na posição de honra nesse ano, com quatro conquistas.</p>

<p>O terceiro lugar de Ingo Hoffmann na prova, deixando entre ele e Serra o piloto paranaense David Muffato, garantiu ao decano-primeiro campeão da Stock o vice-campeonato. Entretanto, merece destaque pela sua atuação durante o ano o piloto paulista Beto Giorgi, que transformou-se no "intruso" que separou, na classificação do campeonato, os monstros sagrados da categoria, chamados de "dinossauros". Giorgi terminou o campeonato na terceira colocação, inclusive tendo vencido uma corrida, e chegou à etapa em São Paulo com grandes chances de lutar pelo vice-campeonato. Problemas no motor fizeram-no abandonar a competição, razão pela qual manifestou toda a sua frustração, por meio de um choro compulsivo. </p>

<p>Mas Giorgi – juntamente com Antônio Jorge Neto, o quinto na classificação geral, e Flávio Figueiredo, outro "não dinossauro" a vencer na temporada – foi o exemplo vivo desse novo formato da Stock Car. Além de veteranos que garantem a qualidade da disputa – grupo também formado por Paulo Gomes e Xandy Negrão, a Stock Car é hoje um caminho de profissionalização para os pilotos da nova geração que trocaram a ambição de uma carreira internacional pelas garantias hoje representadas pela Stock.</p>

<p>É claro que isso não significa dizer que tudo vai às mil maravilhas, mas são inegáveis os avanços, técnicos e promocionais. Só o fato de a Rede Globo de Televisão colocar ao vivo algumas das etapas dá bem o grau atingido pela categoria em termos de prestígio e força mercadológica.</p>

<p>Para o próximo ano, já fica marcada uma disputa de gigantes. Hoffmann não vai querer ver Serra sendo tetra, muito menos Paulão e Xandy. Some-se a esses feras da nova geração e o espetáculo estará novamente garantido. Para o bem do esporte. </p>

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