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Explicando o trabalho de Driver Coach

5 Minutos de leitura

  • Publicado: 15/09/2016
  • Atualizado: 27/03/2019 às 9:38
  • Por: Racing

<p><img alt="Danilo acompanha rendimento dos pilotos que treina. (Foto: Meiry Alves)" src="/wp-content/uploads/uploads/danilo_dirani_1_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p>Fala aí pessoal!</p>

<p>Estou de volta e, dessa vez, direi mais sobre o trabalho de Driver Coach que fazemos. E claro, celebrando muito o título do pupilo Matheus Leist, na Fórmula 3 Inglesa. Além das vitórias do Guilherme Samaia e do Matheus Iorio, na Fórmula 3 Brasil. Sinais de que o trabalho está sendo bem feito!</p>

<p>Não tenho uma técnica, uma teoria específica. Mas posso dizer que esse meu trabalho se divide em três partes. A primeira, envolve treinos e classificação; a segunda, corrida; e a terceira, o extrapista.</p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Confesso que não foi pensado, foi muito intuitivo, mas criei essa forma.</span></p>

<p>Explicando cada um:</p>

<p>Nos treinos, todo o foco é voltado para desenvolver o carro, junto com a equipe. Com minha experiência, consigo ver qual a característica de cada piloto. Porque o carro que um gosta, pode não ser como gosta o outro piloto. Isso se faz conhecendo o piloto, analisando pelas câmeras onboard e pelo feedback do que eles sentem ao guiar. </p>

<p>Tem uns que gostam do carro mais traseiro, outros dianteiro, outros de um carro mais duro no geral, outros mais mole. E no treino, é onde junto com a equipe, faço essa ponte entre o piloto e a equipe. Pois muitas vezes o piloto ainda sem tanta experiência não consegue passar o que ele precisa e a equipe não consegue entender também.</p>

<p>Isso varia de categoria a categoria, dependendo do regulamento de cada uma e, dentro disso, fazemos o trabalho;<br />
Normalmente quando se desenvolve o carro para o piloto nos treinos, naturalmente ele se sente confortável e vira voltas rápidas e consistentes, indo nos detalhes para classificação e corrida. E claro, é sempre um novo trabalho quando se vai para uma nova pista.</p>

<p>Na corrida, é um trabalho mental. É onde o piloto vai colocar tudo que desenvolveu nos treinos.</p>

<p>Mas dentro das corridas, variáveis como clima (temperatura, vento), condições de pista (às vezes outras categorias correram entre classificação e corrida, mudando a borracha), podem deixar o carro diferente dos treinos. E aí o piloto tem que guiar o carro que tem. Além disso, há largadas e relargadas, todo um procedimento. Estratégia de como e quando ir em um ritmo mais forte, para fazer uma ultrapassagem.</p>

<p>E o mais importante, manter o piloto presente, sem deixar que a ansiedade, ou algum empecilho mental, faça ele não estar 100%. Meu trabalho aí, é trazer o piloto para que ele possa desempenhar sempre o melhor dele. E isso varia de pessoa para pessoa, porque claro, ninguém é igual ao outro.</p>

<p>Exemplo: final de semana passado, na F3 Brasil, meus dois pilotos Guilherme Samaia e Matheus Iorio, largaram em primeiro e segundo respectivamente.</p>

<p>A visão de corrida para cada um, é diferente. Para o Gui, tenho que focar a energia e atenção dele para ser consistente, em não errar, focar sempre em tracionar bem antes das longas retas. Para o Matheus, é outra coisa. Trazer nele a agressividade, mas concentrando em perder o menos possível de downforce, já que ele está atrás do carro do Guilherme.</p>

<p>Sendo assim, fiquei a corrida inteira, puxando o melhor de cada um, para o momento de cada um.</p>

<p>Resultado? <span style="line-height: 1.6em;">Passaram na linha de chegada por uma diferença de 0,082!</span></p>

<p>Já o trabalho fora da pista é trazer tudo isso do treino e da corrida, de uma forma consciente. Para o piloto e equipe saberem e entenderem isso. Parece complicado, mas não é. Somente trabalhoso.</p>

<p>Além de um trabalho de concentração e foco que faço com os pilotos que assessoro e que acho ser importante, tanto nas horas de pista, como mesmo na vida pessoal. Pois acredito que a vida profissional de um piloto/esportista, acaba fundindo com a vida pessoal. Controlar isso e equilibrar, realmente traz bastante benefício.</p>

<p>Não faço essas coisas porque li em algum lugar. Simplesmente coloco em prática tudo que vivi na minha carreira e que guardei como aprendizado, pois sei que isso vai ser um shortcut pra jovens pilotos. E um aprendizado pra mim também, pois tudo que acontece com cada piloto, é diferente e isso também serve muito pra mim.</p>

<p>É algo que não se compra, só vivendo e experenciando, por isso considero ser importante hoje na carreira do piloto. Se eu tivesse um DdiraniCoach na minha carreira quando jovem, muita coisa poderia ter sido diferente. Mas como sempre digo, tudo tem uma razão e se foi dessa forma, foi para poder passar isso adiante, de uma forma ainda mais precisa. Pois sentir na pele realmente é diferente.</p>

<p>Hoje também, no trabalho fora pista, começo a fazer contatos com equipes, das que já conheço da minha carreira e de novas que comecei a conhecer. Como um assessor, manager. Porque para o piloto ter que dedicar sua energia a falar com equipes, engenheiros, muitas vezes pode ser desgastante demais.</p>

<p>Então, não faço um trabalho somente em pista, mas é uma junção de "trabalhos", porque se um não é feito direito, ele quebra toda a "cadeia". Como se faltasse um dos ingrediente numa receita.</p>

<p>De novo, foi um resumão, mas que ao longo das colunas, contarei na prática os acontecimentos.</p>

<p>Mas é isso aí, essa foi dedicada a minha vida "back stage" das corridas, que comecei há poucos anos, mas que realmente me traz muito prazer em poder servir e ajudar pilotos. E além do trabalho, acabamos criando uma amizade muito bacana, um relacionamento pois vivemos muito tempo juntos, momentos intensos.</p>

<p>E como sempre digo, tudo tem uma razão e algo maior sempre está além do que imaginamos. É isso que levaremos para o futuro.</p>

<p>Abraços e até a próxima!</p>

<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-aySFO6dKCUs/V-iW5kNMi_I/AAAAAAAAHW8/cCzEYOcnOb4RIKzKJkvV3R7fj6IDPRoLwCLcB/s1600/dirani.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-aySFO6dKCUs/V-iW5kNMi_I/AAAAAAAAHW8/cCzEYOcnOb4RIKzKJkvV3R7fj6IDPRoLwCLcB/s1600/dirani.jpg" /></a></div>

<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><em><span font-size:="" mso-bidi-font-weight:="" open="" style="background: white; color: #222222;"><b>Danilo Dirani </b>é </span></em><em style="text-align: start;"><span style="background: white; border: 1pt none; color: #222222; font-family: inherit , serif; padding: 0cm;">piloto da equipe RZ Motorsport da Stock Car. Estreou no esporte a motor em 1992, no kart, modalidade na qual permaneceu até 2002, com 29 títulos sul-americanos. Em 2003, passou aos monopostos, onde conquistou o título Sul-Americano de F3 (2003) e o sexto lugar no Britânico de F3 (2005). De volta ao Brasil, retomou sua carreira no kart e correu seis temporadas da F-Truck</span></em><em><span font-size:="" mso-bidi-font-weight:="" open="" style="background: white; color: #222222;">.</span></em></div>

<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span open=""><o:p></o:p></span></div>

<p><span style="color:#FFFFFF;">.</span></p>

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27/08/2016 <strong><a href="http://www.motorpress.com.br/racing/blogs/blogs/automobilismo-24h-por-dia-sete-dias-por-semana"><span style="color:#FF0000;">Automobilismo: 24 horas por dia, sete dias por semana</span></a></strong></p>

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