Card image
Notícias
Ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn é preso no Japão

2 Minutos de leitura

  • Publicado: 19/11/2018
  • Atualizado: 19/11/2018 às 19:02
  • Por: Leonardo Marson

A justiça do Japão prendeu nesta segunda-feira (19) Carlos Ghosn, executivo brasileiro que presidiu Nissan e Renault nos últimos anos. O executivo de 64 anos foi denunciado pelo Ministério Público Japonês sob acusação de fraude financeira, após ter, de acordo com a agência Reuters, ter feito uso pessoal do dinheiro da montadora japonesa.

A Nissan emitiu nota afirmando que demitirá Ghosn por conta da fraude descoberta. A mesma acusação cai também sobre o diretor representante da fábrica de carros nipônica Greg Kelly.

“A investigação mostrou que ao longo de muitos anos, Ghosn e Kelly relataram valores de compensação no relatório de valores mobiliários da Tokyo Stock Exchange, que eram menores do que a quantia real, a fim de reduzir a quantia divulgada da compensação de Carlos Ghosn”, diz a Nissan.

“Além disso, se tratando de Ghosn, numerosos outros atos de conduta errônea foram descobertos, como uso pessoal dos ativos da companhia. A Nissan está fornecendo aos promotores públicos do Japão e está cooperando com as investigações”, completou a montadora.

O atual CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, revelou que Ghosn deverá ser demitido ainda nesta semana. “Vou convocar uma reunião do conselho para fazer uma proposta para removê-lo do cargo de presidente”, disse o executivo, de acordo com a agência de notícias AFP.

“A parceria entre as três entidades não será afetada por este evento, e trabalharemos em conjunto com todos os parceiros para conter qualquer confusão possível. Olhando para trás, a concentração de poder era algo sobre o qual precisamos refletir profundamente”, completou Saikawa, referindo-se a aliança entre Renault, Nissan e Mitsubishi.

O presidente da França, Emmanuel Macron, comentou o caso, uma vez que o governo gaulês possui 15% das ações da Renault. O líder máximo francês disse que “será extremamente vigilante quanto à estabilidade da aliança e do grupo”.

Nascido em Porto Velho (RO), Ghosn trabalhou na Michelin, e, posteriormente, foi contratado pela Renault. O executivo chegou à Nissan em 1999, assumindo o cargo de CEO dois anos depois, permanecendo até o ano passado. O brasileiro, que tem cidadania francesa e descendência libanesa, também foi um dos incentivadores da volta da Renault ao grid da Fórmula 1, e fez a montadora adquirir a estrutura da Lotus em Enstone, em 2015.

Foto: divulgação

Deixe seu Comentário

Comentários