Outro dia, andando de ônibus, fiquei assustado com o nível de ruído oriundo da suspensão do coletivo. Batia
tudo ali dentro. Um horror para nossos ouvidos e coluna. Fiquei pensando que isso era resultado da construção do
veículo em cima de chassis de caminhão. E, como haviam poucos passageiros, o barulho cresce e só diminui nos
horários de “rush”, quando está todo mundo espremido.
E isso aconteceu aqui, na minha terra e também, em São Paulo, com os ônibus “batendo lata”. Depois disso,
andando em um carro com pouco menos de 2 mil quilômetros, fiz os dois trajetos que havia percorrido de
ônibus, aqui e na capital.
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E a barulheira era igual, guardando-se, claro, as proporções dos dois tipos de veículos. Batia tudo,
exatamente como nos ônibus. Daí, pensei eu, o problema não está nos ônibus ou nos carros, mas no piso das
nossas ruas e avenidas, sejam nas grandes metrópoles, seja nas cidades médias. Tudo contribui para a barulheira
geral.
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Daí, resolvi consultar o meu amigo, engenheiro, Gerson Borini que, entre outras, trabalhou em uma área da
Engenharia que trata do assunto. Segundo ele, foi feito um levantamento de “severidade” dos pisos em todo o
mundo, incluindo Estados Unidos, Europa Ocidental, Canadá e outros países do chamado primeiro mundo. E o índice de “severidade” naquelas terras do chamado primeiro mundo. Em levantamento feito aqui no Brasil, o índice foi de 2,7, ou seja, quase três vezes mais severo que nos países pesquisados.
Isso significa, explicou Gerson, que essa severidade atinge a todos os componentes dos nossos veículos, quer sejam
para transporte coletivo ou veículos leves, como automóveis, Suves e picapes. Por isso, nossos pneus são mais reforçados e mais altos, o que também gera maior consumo de combustível. Alteram durabilidade das buchas de suspensão e molas; fazem os amortecedores trabalharem mais aquecidos, por serem mais acionados.
Para exemplificar o caso dos amortecedores, Gerson lembra das bombas de encher pneu de bicicleta (alguém,
ainda usa isso?). Quanto mais rápido se bomba, mais ela aquece. E isso acontece com o amortecedor e seus
componentes. “A temperatura excessiva de trabalho – explica – degrada o fluído e diminui as cargas de
amortecimento. E chega até a derreter o retentor de vedação da haste do amortecedor, causando vazamentos.
E esse problema encontrado na maioria das vias brasileiras, também provoca mais torção nas carrocerias
e fazer com que os vários painéis de um veículo tenham seus parafusos ou conexões folgadas, causando ruídos.
E O QUE CAUSA TUDO ISSO?
Essa é uma pergunta fácil de responder. O nosso asfalto é mal colocado, sua conservação pior ainda e quando se
realizam obras nas nossas vias, por empresas de energia, água/esgoto, gás de rua e outras, tudo é péssimo. Como é
na sua cidade?
Simples assim!
E quem fica feliz é o dono da oficina, da borracharia, da loja de pneus. Certo?
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