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Coluna Chico Lelis: Não era OVNI, era um Fusca 68

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  • Publicado: 04/10/2025
  • Atualizado: 04/10/2025 às 13:15
  • Por: Redação

Noite dessas, voltando de Santos, minha amada terra, onde comecei minha carreira jornalística, em 1969, no jornal A Tribuna, olhando para o retrovisor, avistei uma tênue luz amarelada, que me deixou intrigado.​ Qual seria o carro que vinha atrás? Era muito estranho. Muito mesmo.

 

Não cheguei a pensar tratar-se de um OVNI, pois fosse um deles, a rodovia dos Imigrantes (que liga Santos a São Paulo)  já teria parado. Como seguia pela pista da direita, tentei diminuir a velocidade para ver se ele
me ultrapassava, mas qual o quê. Seja lá o que fosse, seguia atrás de mim. Felizmente surgiu o primeiro túnel (são três na pista de descida, que tem a mão revertida aos domingos de muito movimento) e pude ver que o OVNI era, na verdade, um fusquinha, 68, azul, placa preta, com seu “farolzinho” que mais parecia um daqueles sistemas usados antigamente, muito antigamente, de lâmpadas com filamentos, criada entre a Phillips e a Ford, há 114 anos.  Falei “farolzinho” porque só um deles funcionava. O outro não iluminava praticamente nada. Talvez uns 10 centímetros à frente. Talvez menos.

Evolução do farol – Foto: Phillips divulgação

Isso representa um risco muito grande, especialmente na cidade, pois um pedestre mais distraído não consegue enxergar o veículo que usa este tipo de farol. E é risco para quem trafega atrás deles em uma rodovia, principalmente em tempos de neblina como teremos nesta época do ano.

Ele só era melhor que as lamparinas, que chegaram a equipar muitos modelos, porque, porque iluminavam toda a ótica, com espelhamento, iluminando o caminho, permitindo que os veículos circulassem em maior velocidade. Passei para a faixa do meio, deixando-o me ultrapassar  e voltei atrás deles, quando terminamos o túnel. As lanternas traseiras emitiam menos luminosidade que os faróis, e a luz de freio criava a dúvida: será que  ele estava funcionando, tal a fraca luz que emitia.

Resolvi ultrapassá-lo na primeira oportunidade e segui viagem quando​, atrás de mim surgiram dois faróis, com incrível luminosidade, assemelhando-se aos olhos de um felino, mas sem ofuscar a minha visão pois dirigiam sua luz para o piso e não para a frente. Só senti a “força” da sua luminosidade, quando o afobado motorista piscou o “alto”, não percebendo que eu  o avistara​, e já estava dando seta para sair da sua frente.​ E não precisei pensar duas vezes​. Com certeza não era um OVNI, mas sim um desses “suves” de alto luxo, equipado com Leds laser, nada comparado aos equipados no Fusca 68.​ E, visto por trás, mostrava uma lanterna que nem pode ser chamada de tal, tamanha a luminosidade que propaga, chegando a ofuscar a visão quando o freio é acionado. Esses faróis levam uma tecnologia tão avançada e e oferecem uma iluminação muito superior  aos carros dos “mortais”, mas são caros, e custam até 10 vezes mais que esses comuns. Em contrapartida, oferecem excelente desempenho em visibilidade e durabilidade, superando a do próprio veículo em que são equipados.

Mas muito outros tipos de iluminação automotiva surgiram entre o primeiro farol há 114 anos e os super faróis que equipam os carros topo de linha dos dias de hoje. Uma delas, a lâmpada de Xenônio (gás), que foi substituída pelos LEDs, que ofereciam maior eficiência, durabilidade e consumo. As lâmpadas Halógenas, que equipam a maioria dos modelos fabricados no País, são mais econômicas, mais barata e com maior alcance iluminação que o LED, porém menos  durável que este.

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