
Noite dessas, voltando de Santos, minha amada terra, onde comecei minha carreira jornalística, em 1969, no jornal A Tribuna, olhando para o retrovisor, avistei uma tênue luz amarelada, que me deixou intrigado. Qual seria o carro que vinha atrás? Era muito estranho. Muito mesmo.
Não cheguei a pensar tratar-se de um OVNI, pois fosse um deles, a rodovia dos Imigrantes (que liga Santos a São Paulo) já teria parado. Como seguia pela pista da direita, tentei diminuir a velocidade para ver se ele
me ultrapassava, mas qual o quê. Seja lá o que fosse, seguia atrás de mim. Felizmente surgiu o primeiro túnel (são três na pista de descida, que tem a mão revertida aos domingos de muito movimento) e pude ver que o OVNI era, na verdade, um fusquinha, 68, azul, placa preta, com seu “farolzinho” que mais parecia um daqueles sistemas usados antigamente, muito antigamente, de lâmpadas com filamentos, criada entre a Phillips e a Ford, há 114 anos. Falei “farolzinho” porque só um deles funcionava. O outro não iluminava praticamente nada. Talvez uns 10 centímetros à frente. Talvez menos.

Isso representa um risco muito grande, especialmente na cidade, pois um pedestre mais distraído não consegue enxergar o veículo que usa este tipo de farol. E é risco para quem trafega atrás deles em uma rodovia, principalmente em tempos de neblina como teremos nesta época do ano.
Ele só era melhor que as lamparinas, que chegaram a equipar muitos modelos, porque, porque iluminavam toda a ótica, com espelhamento, iluminando o caminho, permitindo que os veículos circulassem em maior velocidade. Passei para a faixa do meio, deixando-o me ultrapassar e voltei atrás deles, quando terminamos o túnel. As lanternas traseiras emitiam menos luminosidade que os faróis, e a luz de freio criava a dúvida: será que ele estava funcionando, tal a fraca luz que emitia.
Resolvi ultrapassá-lo na primeira oportunidade e segui viagem quando, atrás de mim surgiram dois faróis, com incrível luminosidade, assemelhando-se aos olhos de um felino, mas sem ofuscar a minha visão pois dirigiam sua luz para o piso e não para a frente. Só senti a “força” da sua luminosidade, quando o afobado motorista piscou o “alto”, não percebendo que eu o avistara, e já estava dando seta para sair da sua frente. E não precisei pensar duas vezes. Com certeza não era um OVNI, mas sim um desses “suves” de alto luxo, equipado com Leds laser, nada comparado aos equipados no Fusca 68. E, visto por trás, mostrava uma lanterna que nem pode ser chamada de tal, tamanha a luminosidade que propaga, chegando a ofuscar a visão quando o freio é acionado. Esses faróis levam uma tecnologia tão avançada e e oferecem uma iluminação muito superior aos carros dos “mortais”, mas são caros, e custam até 10 vezes mais que esses comuns. Em contrapartida, oferecem excelente desempenho em visibilidade e durabilidade, superando a do próprio veículo em que são equipados.
Mas muito outros tipos de iluminação automotiva surgiram entre o primeiro farol há 114 anos e os super faróis que equipam os carros topo de linha dos dias de hoje. Uma delas, a lâmpada de Xenônio (gás), que foi substituída pelos LEDs, que ofereciam maior eficiência, durabilidade e consumo. As lâmpadas Halógenas, que equipam a maioria dos modelos fabricados no País, são mais econômicas, mais barata e com maior alcance iluminação que o LED, porém menos durável que este.
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