A decisão da Nascar de proibir a entrada de bandeiras confederadas em seus eventos fez com que um dos pilotos da Truck Series, divisão nacional em que se compete com caminhonetes, abandonasse a temporada deste ano. Ray Ciccarelli, que disputa apenas algumas provas do terceiro nível da categoria americana, se mostrou contrário a atitude da principal categoria do automobilismo americano.

“Foi divertido e um sonho que se tornou realidade. Mas se é esta a direção que a Nascar está tomando, nós não participaremos depois que a temporada de 2020 acabar”, disse Ciccarelli, em postagem feita na noite da última quarta-feira (10) no Facebook. “Não acredito em se ajoelhar durante o hino nacional, nem tomar o direito de usar a bandeira que eles amam”, seguiu.

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“Eu deveria me importar menos com a bandeira confederada, mas há pessoas que a usam e nem por isso são racistas. Tudo o que estão fazendo é foder um grupo para atender outro, e eu não vou gastar dinheiro para participar de algo político. Então, está tudo à venda”, completou o piloto, que corre por sua própria equipe na Nascar, a CMI Motorsports.

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Considerada um símbolo racista, a bandeira confederada representa os estados americanos que pediram independência após Abraham Lincoln, um abolicionista, ser eleito presidente dos Estados Unidos. Então, uma guerra aconteceu, com o representante dos estados confederados se rendendo ao final de quatro anos. Porém, até os dias de hoje americanos destes estados usam o símbolo para lembrar os familiares combatentes.

A proibição das bandeiras se deu após uma manifestação de Bubba Wallace, piloto da Cup Series e único negro nas divisões nacionais da Nascar, durante uma entrevista na emissora de TV americana CNN. A declaração contra a presença deste símbolo nas corridas veio na esteira dos protestos do piloto da Richard Petty após a morte de George Floyd, ocorrida em um abuso policial.

Ray Ciccarelli tem 50 anos e jamais venceu uma corrida na Truck Series.