Lewis Hamilton repudiou a declaração de Bernie Ecclestone, que afirmou em entrevista para a emissora de TV americana CNN que, “em muitos casos, os negros são mais racistas que os brancos”. Nessa sexta-feira (26), usando as redes sociais, o inglês – bastante atuante na luta contra a discriminação racial – respondeu a fala do ex-dirigente máximo da Fórmula 1.
“Droga, eu nem sei por onde começar. Que porra é essa?”, iniciou Hamilton, que usou um print do site da CNN com a frase dita por Ecclestone na manchete da reportagem. Na sequência, o hexacampeão mundial de Fórmula 1 fez um longo texto, onde mostra a decepção por lar algo do tipo, e que, apesar de o ex-dirigente ser mais velho, os comentários feitos são ignorantes.
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“É tão triste e decepcionante ler comentários assim. Bernie está fora do esporte e é de outra geração, mas são comentários errados, ignorantes e sem educação que nos mostram o quanto ainda precisamos evoluir enquanto sociedade para que igualdade real possa acontecer. Agora faz todo o sentido que nada tenha sido feito para tornar o esporte mais diverso ou para lidar com o abuso racial que sofri ao longo da minha carreira”, disse Hamilton.
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“Se alguém que comandou o esporte por décadas tem tamanha falta de empatia pelos problemas fundamentais que nós pessoas negras temos de lidar todos os dias, como podemos esperar que todas as pessoas que trabalham para ele compreendam? Começa no topo. Mas agora chegou o tempo de mudança. Eu continuarei usando minha voz para representar aqueles que não possuem voz e para falar por aqueles que não são representados, criando oportunidades em nosso esporte”, completou.
Quem também se manifestou contra a declaração do ex-dirigente foi a Fórmula 1. Em comunicado emitido na tarde de sexta-feira, discordando da declaração de Ecclestone. “Num momento em que a unidade é necessária para combater o racismo e a desigualdade, discordamos completamente dos comentários de Bernie Ecclestone que não têm lugar na Fórmula 1 ou na sociedade”, diz o comunicado.
“Ecclestone não desempenhou nenhum papel na Fórmula 1 desde que deixou nossa organização em 2017, e seu título de Presidente Emérito, sendo honorífico, expirou em janeiro de 2020”, completa a nota.
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