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Exclusivo Pipo Derani: "Daytona foi a maior conquista da minha carreira"

6 Minutos de leitura

  • Publicado: 04/02/2016
  • Atualizado: 27/03/2019 às 9:58
  • Por: Racing

<p style="text-align: justify;"><img alt="Pipo Derani comemora a vitória nas 24h de Daytona" height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/pipoderani0001_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /><br />
Atual vencedor da tradicional 24h de Daytona, o paulista Pipo Derani está prestes a começar sua segunda temporada no Campeonato Mundial de Endurance. Em 2015, pela equipe G-Drive, o jovem de 22 anos começou já mostrando um ótimo desempenho e conseguiu, a bordo do Ligier JS P2 Nissan da categoria LMP2, subir seis vezes no pódio em oito corridas, garantiu uma pole position e chegou em quarto na famosa 24h de Le Mans.</p>

<p style="text-align: justify;">Agora, em 2016, na equipe Tequila Patrón ESM, uma das mais bem preparadas do endurance, irá acelerar novamente o Ligier JS P2 em busca do seu primeiro título mundial. Após colocar seu nome na história do automobilismo brasileiro e internacional com a conquista na Flórida, Pipo falou de forma exclusiva com a reportagem da <strong>RACING </strong>sobre como foi chegar até este momento em sua carreira, a vitória em Daytona e o futuro como piloto.</p>

<p style="text-align: justify;"><strong>RACING: Qual sua avaliação do primeiro ano completo na WEC?</strong><br />
<strong style="line-height: 1.6em;">PIPO DERANI: </strong><span style="line-height: 1.6em;">Foi um grande ano e uma grande surpresa ter assinado para o WEC com apenas duas corridas de ELMS no currículo. Com certeza foi um ano onde evolui muito como piloto e um ano que me preparou muito bem para o futuro e continuidade da minha carreira. </span></p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: Como foi a experiência de disputar o campeonato?</strong><br />
<strong style="line-height: 1.6em;">PD:</strong><span style="line-height: 1.6em;"> Foi um ano e tanto. As primeiras corridas do ano na Europa me davam um ar bastante familiar, mas quando as corridas “internacionais” começaram foi realmente quando caiu a ficha de que eu estava participando de um dos mais importantes campeonatos de automobilismo do mundo. Ter disputado o título até o final realmente foi bastante gratificante e acabar em terceiro no campeonato de estreia acho que não poderia ter sido muito melhor. </span><br />
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<img alt="Paulista em ação em Daytona" height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/pipo03_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: E as 24h de Le Mans? Como foi sua experiência?</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;"><strong>PD:</strong> Le Mans é especial. Já na terça ou quarta-feira a quantidade de pessoas no paddock faz a gente perceber o quanto esta prova é importante e o quanto ela representa no cenário do automobilismo mundial. A gente consegue sentir a pressão que é disputar esta prova antes mesmo de toda a programação começar. Pelo menos comigo foi assim. Era um grande sonho e um objetivo meu participar desta corrida e ter terminado em quarto lugar foi muito bacana e vai ficar guardado comigo para o resto da minha vida.</span></p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: Por quê mudou de time em 2016?</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;"><strong>PD:</strong> Em 2015 acabei criando um vínculo muito grande com a montadora Onroak Automotive, que acabou virando um acordo de piloto de fábrica para 2016. A Tequila Patrón ESM conta com o apoio técnico da Onroak para 2016 e a proposta para integrar a equipe no WEC veio logo após uma indicação da fábrica à equipe. Foi uma escolha simples e, em pouco tempo, antes do término do campeonato de 2015, o contrato estava assinado. </span></p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: Como foi sua adaptação ao novo time?</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;"><strong>PD:</strong> Tudo aconteceu muito rápido. A adaptação aos companheiros de equipe foi extremamente tranquila e todos me receberam muito bem e de portas abertas. No “Road Before The 24” já começaram todos os preparativos como acerto de banco, cinto e até mesmo as práticas de troca de piloto. Tudo aconteceu tão rápido e tão eficiente que quando eu vi a gente tinha terminado a corrida em primeiro lugar. Foi realmente um trabalho intenso de todos os envolvidos, desde mecânicos até engenheiros e pilotos. Foi espetacular.</span></p>

<p><strong>R: E o carro? Fale como foi se acostumar com ele.</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;"><strong>PD:</strong> Houve um período de adaptação sim. Mas graças a Deus os testes no começo de janeiro me deram um tempo para fazer meu trabalho com calma, pois não só o motor era o Honda e novo para mim, mas os pneus também. Com o tempo instável pelo menos eu já conhecia o chassi, que foi o mesmo que pilotei no WEC em 2015. </span></p>

<p><img alt="Pipo com seu Ligier JS P2 Honda" height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/pipo01_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: Fale como foi a corrida para você. Ficou muito nervoso no final?</strong><br />
<strong>PD:</strong> Minha primeira corrida com a Tequila Patrón ESM e eu tinha apenas um objetivo: não cometer erros. Com certeza, depois de quase 24 Horas de corrida e um alarme de temperatura do câmbio piscando no painel é realmente para ficar nervoso, não? Mas a minha equipe e meu engenheiro sempre me mantiveram calmo pelo rádio, me dizendo que eu até poderia diminuir um pouco o ritmo no final da prova para chegar até o fim. Graças a Deus conseguimos.</p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: Como era sua rotina lá fora do carro. Conseguiu dormir um pouco?</strong><br />
<strong>PD:</strong> Dormi apenas 1h30 dentro do trailer da equipe. Gostaria de ter dormido mais, mas com o barulho dos carros e a adrenalina foi impossível. Meu sogro estava comigo nesta corrida e foi um grande companheiro, sempre me deixando a par do que estava acontecendo com o carro, enquanto eu tentava relaxar. Era ele quem me avisava a hora de voltar para o carro. Tomou conta de mim como uma criança durante as 24 horas de prova. (sorri Pipo Derani)</p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: Você chegou a imaginar que sua estreia no ano, nos Estados Unidos, em Daytona, terminaria dessa forma?</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;"><strong>PD:</strong> Com certeza é difícil imaginar que logo na estreia no campeonato norte-americano eu venceria as 24H de Daytona, mas como costuma dizer meu sogro, tenha fé pois a fé não costuma falhar. Eu sabia que tinha um bom carro na mão e com essa fé a gente foi atingindo o nosso objetivo até que cruzamos a linha de chegada.</span></p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: A ficha já caiu?</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;"><strong>PD:</strong> Está difícil cair hahaha, mas basta olhar para o Rolex (prêmio dado aos vencedores da corrida) e ver o “Winner” escrito atrás que realmente a ficha cai de que essa foi a maior conquista da minha carreira. Estou muito feliz!</span><br />
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<img alt="Conquista teve sufoco no final devido ao desgaste do carro" height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/pipo02_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: Para 2016 temos um campeonato longo no WEC, qual sua expectativa?</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;"><strong>PD:</strong> Eu espero usar todo o conhecimento e experiência que adquiri em 2015 para fazer um campeonato ainda melhor em 2016. Espero poder brigar por vitórias constantemente.</span></p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: Acredita que os adversários vão te olhar de uma forma diferente, com ainda mais respeito, após vencer essa corrida?<br />
PD:</strong> Acredito que sim até pelos grandes nomes que competiram nesta corrida, mas a concorrência ficará ainda mais difícil após esta conquista já que a partir de agora com certeza vão aparecer pilotos com mais vontade de me superar, por isso vou continuar me dedicando para ser cada dia melhor. Ainda tenho muito o que melhorar e aprender.</p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: A disputa do título da LMP2 é bastante equilibrada, você acredita que chega com força para buscar esta conquista inédita?</strong><br />
<span style="line-height: 1.6em;"><strong>PD:</strong> Acredito que tenho uma equipe bem estruturada por trás, mas a disputa será ainda mais difícil este ano. Tudo vai depender do equilíbrio entre os pilotos amadores (que é obrigatório um por carro na LMP2).</span></p>

<p style="text-align: justify;"><strong>R: Objetivo máximo deste ano é o título ou Le Mans? Acredita que seu time e você estão já prontos para esta conquista?<br />
PD: </strong>Acredito que estamos prontos sim e com certeza tanto Le Mans quanto o campeonato são objetivos de toda a equipe, mas com os pontos dobrados em Le Mans, a chance de título aumenta significativamente após a prova. O foco até junho com certeza é Le Mans para daí então começarmos a pensar no campeonato.</p>

<p style="text-align: justify;">A temporada 2016 do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC) começará com a Seis Horas de Silverstone, na Inglaterra, no dia 17 de abril.</p>

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