Neste final de semana a Fórmula 1 realizará pela primeira vez em sua história uma repetição de circuito numa mesma temporada. O Red Bull Ring, que recebeu a abertura do campeonato, sediara uma segunda corrida neste domingo (12). Mas as provas terão nomes diferentes: a primeira etapa foi o GP da Áustria, enquanto a prova deste final de semana será o GP da Estíria, nome que faz referência ao estado onde está a cidade de Spielberg, sede do circuito.
De tempos em tempos, a principal categoria do automobilismo mundial usa do recurso de dar um nome genérico para justificar uma segunda corrida em determinado país. A diferença é que jamais um país recebeu duas provas no mesmo circuito, como vai acontecer com Áustria e Inglaterra, que terá dois GPs em Silverstone, ambas motivadas pela pandemia de coronavírus.
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O que poucos sabem é que nomes diferentes para corridas no mesmo país são usados pela Fórmula 1 desde a década de 1950. Apesar disso, a ideia de uma nomenclatura genérica para determinados Grandes Prêmios se tornou mais comum a partir dos anos 1980, e ocorreu até a década de 2010. RACING preparou uma lista destas corridas.
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GP de Pescara
No distante ano de 1957, a Itália se tornou o primeiro país a receber duas corridas em um ano. Além do GP da Itália, em Monza, houve a realização do GP de Pescara, ocorrido em 18 de agosto no circuito de mesmo nome. Juan Manuel Fangio marcou a pole position com uma Maserati, mas a vitória ficou com Stirling Moss, que pilotou um Vanwall.
A pista foi usada pela Fórmula 1 pela única vez naquela oportunidade. Pescara deixou de receber corridas em 1961, quando o World Sportscar Championship, principal campeonato mundial de Endurance da época, realizou uma corrida de quatro horas.
GP da Europa
O nome “Grande Prêmio da Europa” é, de longe, o mais usado para que países pudessem receber mais do que um GP por ano. Foram disputados nada menos do que 23 corridas da Fórmula 1 com este nome, passando por seis circuitos de quatro países diferentes.
A primeira vez aconteceu em 1983, em Brands Hatch, circuito inglês que sediou a prova por duas oportunidades, já que teve corrida também em 1985. Donington Park, onde Ayrton Senna teve sua melhor primeira volta da carreira, foi a outra casa inglesa da prova. Jerez, na Espanha, viu duas provas da F1, em 1994 e 1997, quando Jacques Villeneuve foi campeão em cima de Michael Schumacher.
Outro circuito espanhol que recebeu o GP da Europa foi Valência, casa da F1 em cinco oportunidades. Mas a pista que mais sediou corridas com este nome foi Nürburgring, na Alemanha, com um total de 12 provas. A última vez que uma corrida com este nome foi disputada foi em 2016, em Baku, no Azerbaijão, na estreia da pista, sem que houvesse outra prova azeri no calendário.
GP de Luxemburgo
Entre 1997 e 1998, a Fórmula 1 não usou o nome GP da Europa para uma de suas etapas. Nem por isso deixou de utilizar um nome genérico para uma corrida. Nestes dois anos, a categoria lançou mão do nome “Grande Prêmio de Luxemburgo”, que era disputado em… Nürburgring!
Apesar do nome, o país, um dos menores territórios de toda a Europa (e talvez do mundo) jamais recebeu, de fato, os carros da categoria máxima do esporte a motor mundial. Luxemburgo foi apenas a maneira encontrada para que Nürburgring continuasse no campeonato e mantivesse a Alemanha com duas corridas.
GP de San Marino
Luxemburgo também não foi o único país a dar um nome para uma corrida de Fórmula 1. Para alocar o circuito de Imola no calendário e permitir que a Itália tivesse duas corridas por ano, foi criado o GP de San Marino. Foram na menos do que 26 GPs com este nome.
O GP de San Marino mais lembrado pelos os brasileiros, porém, não tem nada de positivo: no dia 1º de maio de 1994, Ayrton Senna perdeu a vida. Naquele mesmo final de semana, Rubens Barrichello bateu muito forte e Roland Ratzenberger morreu no sábado de classificação.
GP da Suíça
Sim, a Suíça aparece em posição semelhante as de Luxemburgo e San Marino, tendo nomeado uma corrida que não aconteceu em seu território. Em 1982, a corrida foi disputada no circuito de Dijon-Prenois, na França, e contou com vitória de Keke Rosberg, da Williams.
A diferença para Luxemburgo e San Marino se dá pelo fato de a Suíça ter, de fato, um Grande Prêmio para chamar de seu anteriormente. Entre 1950 e 1954, a categoria máxima do esporte a motor mundial correu no circuito de Bremgarten.
Depois disso, o país conhecido pelos relógios e pelos chocolates proibiu as corridas de carros após o acidente que matou Pierre Levegh e mais de 80 pessoas durante as 24 Horas de Le Mans de 1955. Atualmente, apenas corridas com carros elétricos são permitidas na Suíça.
GP do Oeste dos Estados Unidos
Entre os anos 1970 e 1980, os Estados Unidos recebiam duas corridas por temporada na Fórmula 1. Uma das soluções foi chamar as provas de GPs do Oeste e do Leste. Do lado ocidental, entre 1976 e 1983, a corrida aconteceu no circuito montado nas ruas de Long Beach.
Vale lembrar que Long Beach segue recebendo corridas até os dias atuais. O circuito urbano é casa de uma das mais tradicionais etapas da Indy desde então, resistindo inclusive ao período de cisão entre CART e IRL. Neste ano, porém, a prova não será disputada por conta da pandemia de coronavírus.
GP do Leste dos Estados Unidos
Se havia um GP do Oeste, haveria de existir um GP do Leste dos Estados Unidos. Os Grandes Prêmios de Fórmula 1 com esta nomenclatura ocorreram quase no mesmo período que as corridas em Long Beach, entre os anos de 1976 e 1984.
No lado oriental, porém, foram dois circuitos: Watkins Glen sediou provas entre 1976 e 1980, tendo como nome oficial GP dos Estados Unidos. Depois de não acontecer em 1981, a prova voltou ao calendário no ano seguinte, em Detroit, pista que seguiu no calendário até 1984.
GP de Las Vegas
Se tem um lugar onde a Fórmula 1 tentou emplacar de todo o jeito foram os Estados Unidos. Além dos GPs do Leste e Oeste, a categoria também correu em Las Vegas, em um circuito montado no estacionamento do cassino Caesar’s Palace, um dos traçados mais feios da história do campeonato mundial.
A corrida aconteceu em apenas duas oportunidades, mas foi icônica em ambas. Na primeira vez, em 1981, foi a casa do primeiro título mundial de Nelson Piquet, em corrida vencida por Alan Jones. Já no ano seguinte, a prova na capital mundial dos jogos de azar fez dos Estados Unidos o único país a ter três GPs no mesmo ano, e teve vitória de Michele Alboreto.
GP do Pacífico
O Japão também teve duas corridas no calendário da Fórmula 1 nos anos 1990. Com o GP do país acontecendo em Suzuka, a solução foi criar o Grande Prêmio do Pacífico, prova que ocorreu nas temporadas de 1994 e 1995 no circuito de Aida.
As duas corridas foram vencidas por Michael Schumacher, então piloto da Benetton. Depois disso, o GP do Pacífico jamais foi disputado novamente, e o circuito mudou de nome. Atualmente, a pista tem o nome de Okayama, nome da província onde o distrito de Aida está localizado.
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