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Burti: “Não fosse a morte de Senna, não sobreviveria em Spa”

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  • Publicado: 05/02/2019
  • Atualizado: 27/03/2019 às 9:47
  • Por: Leonardo Marson

Luciano Burti acredita que a melhora da segurança nos carros de Fórmula 1 ocorridas após o acidente fatal de Ayrton Senna no Grande Prêmio de San Marino de 1994 permitiram que ele sobrevivesse ao acidente no Grande Prêmio da Bélgica de Fórmula 1 em 2001. Na ocasião, o brasileiro, que defendia a Prost, bateu nas barreiras de pneus da curva Blanchimont ao tentar superar Eddie Irvine, seu companheiro de equipe.

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“É parte do ser humano que pensa que as coisas ruins devem acontecer para ter uma atitude melhor. Spa foi um enorme acidente quando eu bati na barreira a 270km/h, eu não tinha freios, então fui direto para o muro e foram 111 Gs de impacto, que é um número que eu nunca ouvi antes. Se não fosse pela morte de Senna, eu não teria sobrevivido porque a Fórmula 1 se tornou muito melhor em termos de segurança”, disse Burti, em entrevista ao podcast da revista inglesa Autosport.

“Do meu acidente, algumas coisas mudaram. Por exemplo, você pode ver que, desde então, todas as barreiras têm coberturas porque meu carro estava embaixo dos pneus. Meu capacete estava quebrado na frente porque costumávamos ter um buraco para a garrafa da bebida ou para o rádio, mas desde então os buracos não são permitidos. Eles sempre melhoram as coisas a partir de uma experiência ruim como eu tive”, explicou.

Embora tenha sofrido um acidente forte, Burti – que é comentarista de Fórmula 1 na TV Globo atualmente – se mostrou contra a adoção do Halo, dispositivo de segurança que cobre o cockpit dos carros de Fórmula 1, e que pode ser visto hoje em dia em campeonatos como a Fórmula E e a Fórmula 2.

“Eu não gosto do halo, não acho que seja necessário. Talvez um dia alguém pudesse se machucar ou morrer [sem o halo], bem, se você não quer que isso aconteça, vamos fazer uma corrida com limite de velocidade de 160 km/h no máximo”, disse o ex-piloto, que ainda acredita que um competidor de uma categoria como a Fórmula 1 assume um risco ao andar a velocidades tão altas.

“Uma vez que você está indo mais de 300 km/h você está assumindo um risco. A F1 é segura o suficiente e espero que eles não tentem torná-la à prova de balas, porque isso faz parte do programa. O automobilismo deve ser um pouco perigoso. Eu não quero ver ninguém se machucando, é claro que eu não quero ver ninguém morrendo, mas deve ser assim”, completou.

Foto: Getty Images

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