

Zak Brown, atual diretor executivo da McLaren, acredita que as dificuldades enfrentadas pela Honda em seu retorno à Fórmula 1 são semelhantes as que a Jaguar teve quando montou sua equipe na principal categoria do automobilismo mundial, nos anos 2000.
A Honda atua como fornecedora de unidades de força na Fórmula 1 desde 2015, mas viu a McLaren romper o acordo que tinha no ano passado, em decorrência a falta de desempenho do equipamento. Neste ano, os japoneses serão parceiros da Toro Rosso.
Para Brown, a maior dificuldade da Honda foi entender a atual cultura da Fórmula 1, e comparou a situação com a vivida pela Jaguar, que tentou administrar o programa na categoria nos Estados Unidos, o que não funcionou.
“Eric [Boullier] falou no começo do ano sobre como há uma certa forma de trabalhar na F1, a cultura da F1, e acho que é algo que eles reconhecem agora. Você meio que viu a mesma coisa com a Jaguar, quando eles chegaram. Eles fizeram as coisas da forma corporativa”, disse Brown, durante o lançamento da Autosport International 2018.
“Se você olhar para a Mercedes, eles não possuem base na Alemanha – a equipe de competições está na Inglaterra, a estrutura de motores está na Inglaterra. A Renault está dividida entre Inglaterra e França”, seguiu o dirigente. “Acho que talvez um pouco mais de experiência na Fórmula 1, experiência direta, provavelmente era o que faltava mais para eles”, explicou.
“Certamente não foi [falta de] esforço ou recursos. A estrutura é ótima, e acho que eles vão acertar. É mais a forma de trabalho. Acho que eles chegarão lá, mas três anos foi o máximo que pudemos esperar”, comentou o dirigente, que confia ainda num bom desempenho das unidades da Renault.
“Eles têm potência. Eles tiveram alguns problemas de confiabilidade quando usaram a potência máxima. No México havia um problema de configuração, mas Max [Verstappen] venceu a corrida de forma bem dominante. Então, eles possuem um motor rápido”, comentou.
“Na verdade, acho que os três motores são bem parelhos, e todos eles venceram corridas no ano passado. Então, claramente não há um grande déficit entre as três. Temos áreas em que podemos melhorar, não somos perfeitos, mas a falta de potência era a nossa área de maior fraqueza. Então, acho que, quando tivermos a Renault na traseira, veremos uma diferença substancial na Austrália”, acredita Brown.
“Estamos felizes com nossa relação com a Renault, e devemos estar esperançosos em voltar ao lugar onde as pessoas estão acostumadas a ver a McLaren, na frente do pelotão”, completou.
Foto: McLaren
Deixe seu Comentário