<p><img alt="Bell (dir.) disputou três provas pela equipe de Surtees. (Foto: Jakob Ebrey)" src="/wp-content/uploads/uploads/surtees-bell_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>
<p>Falecido na última sexta-feira (10), aos 83 anos, John Surtees deixou um rico legado ao esporte a motor. Sete vezes campeão do Mundial de Motos (três na série 350 cilindradas e quatro na 500 cilindradas), o britânico foi o vencedor da temporada 1964 de Fórmula 1, pela Ferrari. Até hoje, nenhum outro piloto conseguiu a proeza de conquistar títulos nas principais competições mundiais em duas e quatro rodas. Triunfo, aliás, que parece cada vez mais improvável de ser alcançado.</p>
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<a href="http://www.motorpress.com.br/racing/formula-1/f1-formula-1/john-surtees-morre-aos-83-anos" target="_blank"><span style="color:#FF0000;"><strong>John Surtees morre aos 83 anos</strong></span></a><br />
<a href="http://www.motorpress.com.br/racing/formula-1/f1-formula-1/em-2009-surtees-viveu-drama-pela-morte-do-filho" target="_blank"><span style="color:#FF0000;"><strong>Em 2009, Surtees viveu drama pela morte do filho</strong></span></a></p>
<p>“Acredito que John mostrou ao mundo que um talento que trabalha com paixão e obstinação vence”, disse o ex-piloto Derek Bell com exclusividade ao <span style="color:#B22222;"><strong>RACING Online</strong></span>.</p>
<p>Um dos maiores vencedores da história das 24 Horas de Le Mans, com cinco conquistas, o britânico teve uma carreira breve na Fórmula 1: disputou apenas nove Grandes Prêmios entre 1968 e 1974. Três deles pela equipe de John Surtees, a Team Surtees. </p>
<p>A entrada de Bell no time do “Filho do Vento”, ocorrida em outubro de 1970, revela um episódio relativamente comum à F1 da época, mas extremamente surreal se transferido aos tempos atuais. Às vésperas do GP dos Estados Unidos, Surtees convidou o compatriota para guiar um de seus carros, sob uma condição: o piloto precisaria “levar” um motor.</p>
<p>Por sorte, Derek tinha um Ford Cosworth V8 3.0, comprado por seu patrocinador, o empresário Tom Wheatcroft – à época proprietário do circuito de Donington Park. “Tom ofereceu o motor a John para que eu pudesse correr no (Surtees) TS7”, relembrou Bell.</p>
<p>O propulsor que garantiu o inglês na prova em Watkins Glen era originalmente um surrado Cosworth DFV de 2,5 litros usado pela Lotus. No final de 1969, Wheatcroft adquiriu a peça e um modelo Brabham para que Derek corresse na Tasman Series – categoria disputada nas décadas de 60 e 70, que contava com carros de F1 em provas por circuitos da Oceania, geralmente nos meses de janeiro e fevereiro. Em junho de 1970, o empresário inscreveu o monoposto no GP da Bélgica, novamente com Bell ao volante. Agora, porém, com uma novidade: o motor fora adaptado a uma versão de três litros.</p>
<p><strong>O único ponto</strong></p>
<p>A estreia de Derek Bell pela equipe Surtees reservou o seu melhor resultado na Fórmula 1. Partindo da 13ª posição em um grid composto por 24 carros, o inglês completou a prova no sexto posto, algo que conferiu-lhe o único ponto em sua carreira na categoria.</p>
<p>“Para minha surpresa, o carro estava muito bom, era como se pilotasse um Fórmula 2”, garantiu Bell, em referência ao monoposto da categoria na qual foi vice-campeão naquele ano, uma posição à frente de Emerson Fittipaldi – que garantira a primeira vitória brasileira na F1 justamente naquela prova nos Estados Unidos.</p>
<p>Apesar do ponto, Derek lamenta por um problema mecânico no câmbio de seu carro, durante a parte final da corrida. “Acredito que poderíamos ter chegado em terceiro, mas eu tive de reduzir (o ritmo) quando uma vibração afetou o câmbio”, relembrou. “Tudo o que fiz foi levar o carro até a bandeirada”.</p>
<p>Após o resultado positivo, Derek Bell passou a nutrir a expectativa de que seguiria pela equipe Surtees na temporada regular de 1971. Contudo, o alemão Rolf Stommelen foi o escolhido para ocupar a segunda vaga do time. A primeira era do próprio Surtees, campeão de 1964. </p>
<p>“Tudo o que posso dizer é que faltava um bom patrocínio a John, o que era triste, pois ele tinha um carro maravilhoso”, definiu Bell ao <span style="color:#B22222;"><strong>RACING Online</strong></span>. “Seria uma honra ter guiado para ele (na temporada completa de 1971), mas Rolf chegou com apoio da Ford da França e ficou com a vaga”.</p>
<p>Além de não ter guardado mágoas pela decisão de Surtees, o inglês faz questão de elogiar o rendimento do alemão, que, assim como o patrão e companheiro de equipe, somou três pontos ao longo do campeonato. “Ele (Rolf Stommelen) se saiu muito bem”, destacou Bell.</p>
<p>Fato é que o GP dos Estados Unidos de 1970 não marcou um ponto final na parceria entre Surtees e o pentacampeão de Le Mans. Ainda em 1971, Derek foi inscrito em um terceiro carro do time no GP da Inglaterra. Três anos mais tarde, marcou presença em treinos a cinco provas, no lugar de José Carlos Pace, que havia se transferido à Brabham.</p>
<p>Porém a fase da Surtees naquele ano não era das melhores e Bell só garantiu classificação ao grid em uma delas: na Alemanha, onde terminou em 11º lugar.</p>
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