O que realmente aconteceu após a morte de Ayrton Senna na Fórmula 1? Exatos 27 anos depois do acidente fatal do piloto brasileiro, 5 tópicos provam que as medidas de segurança tomadas pela FIA após aquele dia transformaram a categoria em uma nova F1 muito menos perigosa.
Confira o que a batida de Senna mais impactou em termos de segurança – o que modificou totalmente os rumos da principal competição de automobilismo do mundo, daquele 1º de maio de 1994 até os dias de hoje.
1- Capacete
O item que protege a cabeça do piloto não foi eficiente na época com Ayrton Senna. O braço de suspensão que se soltou após a batida do carro no muro na curva Tamburello foi projetado na direção da cabeça do competidor. Como uma lança, chegou a perfurar a viseira e a borda do capacete, acertando a cabeça de Senna. Após análises e estudos da FIA no capacete de Senna, o item passou a ter uma homologação mais rígida e um reforço na área vulnerável entre a viseira e o casco.
2- HANS
Para evitar que o capacete e a cabeça do piloto tivessem movimentos bruscos e muita inclinação exagerada perante os ombros, o peito e o encosto do carro, foi criado o HANS. Trata-se de um acessório obrigatório que protege os movimentos do pescoço em caso de impacto. Lembrando que Senna, ainda sem utilizar o HANS, teve seu capacete prensado contra a parte traseira do cockpit, o que acarretou fraturas graves na base de seu crânio.
3- Cabo de restrição de roda
Dos destroços em uma batida forte como a de Senna em Ímola, uma das maiores e mais difíceis partes de se desintegrarem são as rodas e os pneus. No caso de Senna, elas se desprenderam do carro, juntamente com os braços de suspensão, e livres voaram em direção ao cockpit. Para evitar que estas partes fossem lançadas para fora do carro, foram criados cabos ultra-resistentes de restrição para cada roda. Eles as deixam presas ao chassi mesmo após um impacto.
4- Halo
Outro reforço adotado recentemente foi o Halo, barra que envolve a parte superior frontal e lateral do cockpit dos carros de F1. O Halo tem como finalidade proteger a cabeça do piloto de partes maiores que possam a vir atingir o habitáculo. É possível que no caso de Senna o Halo pudesse bloquear a entrada das peças pneu/roda/braço de suspensão na região do cockpit de seu Williams, que o atingiu em San Marino.
5- Barreiras de proteção em muros e guard-rails
Senna bateu direto em um muro de concreto na curva Tamburello. Não houve absorção de impacto que ajudasse a transferência da inércia sofrida pelo carro. Após o acidente, os muros e guard-rails nos circuitos de Fórmula 1 receberam ajuda com as camadas externas de pneus envoltos por mantas de borracha e até SAFER Barrier (barreiras que utilizam molas e materiais que absorvem o impacto do carro em batidas extremas, amortecendo os efeitos do choque).
Consideração final
Em todo este período, estas evoluções vieram juntas com a adoção de novos circuitos padronizados pela FIA. Eles apresentam áreas de escape mais amplas e adoção de asfalto no lugar de caixa de brita fora da pista, permitindo mais erros dos pilotos sem consequências sérias. Novas regras esportivas e punições mais intensas para manobras arriscadas também foram implementadas. E a utilização de muita eletrônica na ajuda do controle do carro ajudou a construir esta nova era pós-Senna na Fórmula 1 – o que para muitos foi um “divisor de águas” entre a F1 raiz (antes de Senna) e a F1 moderna (depois de Senna).
Deixe seu Comentário