Por Cristian Baumgart* – Fotos Doni Castilho/divulgação
Como tudo o que estava previamente marcado em 2020, o Sertões também foi impactado pela pandemia e optou por mudar sua data. Previamente marcado para os oito dias entre o final de agosto e comecinho de setembro, o maior rali das Américas vai acontecer neste ano, excepcionalmente, de 31 de outubro a 8 de novembro – anteriormente, havia sido marcado para de 8 a 15/11, mas com a mudança na data das eleições municipais, a Dunas resolveu alterar novamente sua data.
Embora o roteiro completo só será divulgado em 19 de agosto, o que já se sabe é que a prova sai de São Paulo, depois de muito tempo voltando à capital paulista, e irá atravessar o país em oito dias com a chegada na Vila Preá, no Ceará, na região onde fica o paraíso chamado Jericoaquara. Por onde vamos passar, ainda não se sabe.
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Em outros eventos, uma mudança de data não impacta tanto. No Sertões, faz toda a diferença. Primeiro que, normalmente, a prova acontece no inverno brasileiro. Claro que raramente passamos frio durante a competição, porque os roteiros compreendiam basicamente as regiões Centro-Oeste, Nordeste e uma parte do Norte (via Tocantins). Mas há outras características do inverno brasileiro apesar da quase ausência de frio nestas regiões: a umidade do ar é baixa e a chance de chuva é próxima de zero (em 20 edições do evento, posso contar nos dedos as vezes que tomei chuva no Sertões).
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Este vai ser o principal impacto da mudança de data, principalmente na primeira metade da prova, saindo de São Paulo e percorrendo o Sudeste por alguns dias. Novembro, já em pleno verão. Além de úmido e mais quente, é também mais chuvoso.
Então, além da poeira, deveremos ter também alguma lama para limpar dos carros, motos, quadriciclos e UTVs. Tecnicamente, um desafio para competidores e também para a organização, principalmente na planilha, pois os trajetos podem sofrer algumas alterações em função do clima – uma árvore que cai, um rio pequeno para travessia que fica maior, poças fundas, etc..
Para pilotos, navegadores e equipes, mais cuidado e atenção ao volante e na planilha, um leque maior de acerto nos veículos de competição e um desafio logístico diário para ir de cidade em cidade. É um ingrediente a mais para aumentar a competitividade e até mesmo misturar mais o grid nas categorias em disputa.
Com certeza, um Sertões para ser visto.
*Cristian Baumgart é piloto e co-fundador da equipe X Rally Team. É tricampeão consecutivo do Sertões (2016, 2017 e 2018), tricampeão da Mitsubishi Cup e cinco vezes vencedor do Capacete de Ouro na categoria Off-Road.
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