Quem lembra do Skoda, o carro da antiga Checoslováquia (hoje República Tcheca)? Pois hoje quem conta uma história de amor com esse carro é o fotógrafo Mário Bock, capaz de pagar uma “fortuna” para ter dentro de casa o carro que tantas alegrias trouxe na sua infância.
Um “projeto” de carro foi colocado à venda, no marketplace do Facebook, conta Mário. Para todo mundo isso pode não significar nada, muito menos encontrar um comprador com vontade de pagar R$ 12,5 mil por essa coisa desconhecida e sem motor. Opa! Há sim um interessado – “euzinho”, Mário Brock. Pois esse é um Skoda 1959, fabricado na Checoslováquia, o segundo carro de meu pai, e que me traz tantas recordações boas, e más, principalmente para mim, pois meus irmãos não se recordam de nenhuma.
Num tempo em que o povo comprava fusquinhas e DKW, meu pai resolveu comprar esse carro, provavelmente atraído pelo preço menor, decerto porque o vendedor queria despachar logo a bomba que era. Nos tempos em que o Skoda não ficava na oficina a família curtia muito, minha mãe também o dirigia, como sempre colada ao volante, e meu pai como sempre acelerando aos “soquinhos”.
Um pouco diferente dos carros populares da época, o nosso carrinho chamava atenção e parecia ser gostoso dirigir. Lembro que seus bancos eram cobertos de plástico que grudavam nas nossas pernas, na época em que meninos e moços usavam shorts. Pena terem saído de moda pros homens.
Certa vez, no retorno com o Skoda de uma viagem a Santos, não esqueço do berro do meu pai avisando que o carro tinha “perdido” os freios. Que susto! Mas tivemos um final feliz. E num sábado quando dona Hilda levava meu irmão e eu para o grupo de escoteiros, a marcha “encavalou”, como sempre acontecia, e o Skoda parou novo no meio da avenida Santo Amaro. Aí, quando eu abri a porta, uma Lambretta “entrou” nela com duas pessoas. Um susto, sem maiores consequências.
Não sei que fim meu pai deu aquele carro, mas logo depois vieram uma sucessão de fuscas e a Brasília “azul calcinha” que ele e o Rony, meu irmão mais velho adoravam. Rony ia até Santos ver a namorada Heloísa, em 45 minutos. Afinal, não existiam ainda os radares. Tanta saudade desses tempos que dá vontade de comprar esse Skoda e botar aqui na sala, do jeito que está mesmo, sem motor, vidros. Sem nada.
Só para lembrar-me dos bons tempos em que o Skoda andava pra lá e pra cá com a nossa família.
Obs: Só um detalhe: a foto deste belo Skoda azul, não corresponde ao modelo à venda. É que a foto daquele que eu pretendo comprar está muito pequena.
Atenção, reafirmo que este texto é do Mário Bock, fotógrafo na área automobilística, colecionador de máquinas fotográficas (são mais de 10 mil) e que, pelo jeito, vai começar uma nova coleção. Será?
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