Como parte da campanha #ForeverSenna, o Pimp My Carroça promoveu uma edição especial do Desafio Pimp em parceria com o ex-piloto de Fórmula 1, Sebastian Vettel. Ele e outras celebridades saíram para coletar resíduos no bairro Jurubatuba, na Zona Sul de São Paulo, em uma competição para ver quem faz mais dinheiro através da coleta e venda de recicláveis usando uma carroça.

“Esta corrida é tão importante quanto o GP. É algo muito difícil de fazer, isso que fizemos em, sei lá, cinco ou seis pessoas, com dez ou 12 mãos. Esses caras fazem isso sozinhos, todos os dias”, comentou Vettel.

O Pimp My Carroça é uma ONG que trabalha para trazer visibilidade para catadores de materiais recicláveis. Nesta edição do Desafio Pimp, desafiamos pilotos e grandes fãs de F1 para competir num tipo diferente de corrida: A correria dos catadores – que pilotam suas carroças por ruas e avenidas coletando resíduos. A intenção é dar visibilidade ao trabalho feito pelos catadores, que somam cerca de 1 milhão de trabalhadores em todo o Brasil e mais de 20 milhões no mundo. Eles são responsáveis por manusear 90% de tudo o que é reciclado no país (menos de 4% de tudo que é produzido).

A atividade também se baseia no legado de Ayrton Senna de promover mudanças positivas na sociedade: “Senna era mais do que um ícone das corridas; ele acreditava em retribuir aos menos privilegiados e inspirar mudanças positivas” – reforça a Fundação Senna.

“As catadoras e os catadores são os verdadeiros protagonistas na luta por um planeta mais justo e sustentável. São milhares de mães e pais de família, pessoas de diferentes origens, que trabalham com resíduos para sobreviver. Seja nos lixões, ruas ou cooperativas, a realidade é que falta investimento e reconhecimento pra categoria. Precisamos que mais pessoas nos reconheçam e nos remunerem de forma mais justa, com preços melhores para os materiais e condições de trabalho mais dignas”, comenta Nanci Darcolléte, catadora há mais de 30 anos e diretora executiva do Pimp My Carroça.

Com a presença de celebridades como o ator Caio Castro, o surfista Marcelo Luna, fãs de Vettel, jornalistas e a família de Ayrton Senna, representada pelas sobrinhas Bianca e Lalalli Senna, os participantes foram divididos em quatro equipes. A jornada durou praticamente uma hora nos arredores da Coopercaps, cooperativa de coleta seletiva, localizada próximo ao autódromo de Interlagos, sendo que cada uma das equipes era responsável por um carrinho, similar aos que são utilizados por catadores nas ruas. As formações eram orientadas por um catador profissional, que esclareceu dúvidas, indicava qual material era reciclado e qual era o de maior valor, mas não podia tocar em nada.

Ao final dessa quase uma hora, o time Senna, que tinha as sobrinhas de Ayrton, Bianca Senna, Lalalli Senna, o ator e piloto Caio Castro, Felipe Giaffone e membros do Instituto Ayrton Senna, além de orientação do catador Guilherme Kaique Silva do Nascimento, recolheu 100,8 kg de material reciclado, que renderam R$ 80,64. Na sequência, o time Vettel, formado pelo piloto, Timo Glock e alguns amigos, com orientação de Lucas Vieira de Lima, que coletaram 93 kg, que foram convertidos em R$ 74,40. O time da imprensa recolheu 33 kg, que renderam R$ 26,40, enquanto o fã-clube de Vettel amealhou 14,4 kg, que renderam R$ 11,52.

“Foi histórico participar disso. Muitas vezes somos invisibilizados, as pessoas nos maltratam nas ruas, xingam, buzinam, mas hoje foi diferente. É importante podermos ter essa oportunidade de compartilhar nossos conhecimentos com mais pessoas para nos ajudarem a salvar o planeta. Todo mundo que participou hoje já é vencedor, fico muito feliz de poder sair vencedor, com uma carroça nova e a sensação de que meu trabalho é reconhecido”, comentou Guilherme, mestre catador campeão com o time Senna.

Todo o dinheiro arrecadado nesta coleta foi repassado para a própria Coopercaps, enquanto cada coletor orientador levou uma premiação em dinheiro, além de um novo carrinho, utilizados na atividade.

Além do Desafio Pimp, a parceria entre Sebastian Vettel e Pimp My Carroça também rendeu um capacete de 3 metros de altura e 300 quilos feito de materiais recicláveis pelos artistas Ever (Brasil) e Matthias Garff (Alemanha), com mais cinco assistentes que produziram a obra em tempo recorde – veja aqui os bastidores. O capacete ficou exposto em Interlagos durante o GP São Paulo e tem fotos de Ayrton Senna e Vettel em sua parte interna, além de um painel assinado por todos os atuais pilotos da Fórmula 1.