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Diferentes verões e diferentes carros

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  • Publicado: 15/04/2024
  • Atualizado: 15/04/2024 às 11:43
  • Por: Chico Lelis

Agora que o verão acabou, levado pelas águas de março, fico lembrando dos verões passados, nos anos 60, e dos modelos em que a gente fazia a viagem entre a capital Sao Paulo e o litoral do estado, e o seu retorno. Especialmente lembro da volta, a Via Anchieta entupida e a gente andando a 10 km/h, quando isso acontecia.

Era uma tal de 1ª e uma difícil 2ª. E o carro do lado fervendo, e parando no acostamento, que era muito estreito e o carro parado atrapalhava o tráfego. Um horror!

Imigrantes congestionada: pode levar horas, até hoje – Foto Ecovias

Eram carros com carburador e o tal do giclê. Trata-se de um parafuso com orifício calibrado, que serve para dosar a quantidade de gasolina que sai do pulverizador principal. Chama-se “principal” para distingui-lo do pulverizador de marcha lenta. Quanto menor o diâmetro do orifício, mais pobre será a mistura. Quando o giclê era modificado fazia ferver até os Fuscas e afins, com o seu motor refrigerado a ar.

Os refrigerados a água precisavam contar com a esperteza do seu proprietário que levava um vasilhame, com água, para o momento da fervura do seu radiador, que não podia ter nenhuma, por mínimo que fosse, fissura, ou uma tampa corroída e que já não vedasse bem o sistema.

Carros de hoje em dia

Hoje os modelos, desde os mais simples ao mais sofisticados, têm, não só direção hidráulica ou elétrica, como também ar condicionado. E, a cada dia que passa, aumenta o número deles com têm transmissão automática ou o “genérico” dela. O radiador é lacrado e não usa mais água e sim etileno glicol, cujo ponto de ebulição é bem mais alto que o da água.

Além disso, fora os importados, nossos modelos “made in Brazil”, não tinham ar condicionado, nem direção hidráulica, mas apenas o quebra vento, que só ajudava a reduzir o calor quando o carro andava acima dos 60 km/h. Mesmo assim o ar entrava quente pelo carro.

Então, sofríamos muito nos anos 60 com os nossos Fuscas, Gordinis, DKWs, Simcas e outros modelos menos votados.

A única coisa em que os anos 60 ficaram em níveis abaixo dos tempos atuais foi a temperatura média dos verões. No deste ano, tivemos médias quase acima dos 40º em diversas regiões, incluindo o litoral de São Paulo, enquanto nos anos dos nossos carburados, raramente chegamos ao 40º. Raramente.

Via Anchieta: o que seria um alívio para o trânsito, nem sempre funciona assim – Foto Ecovias

No quesito tempo de viagem, era igual aos dias de hoje. O volume de veículos era muito menor, mas não existia a Rodovia dos Imigrantes, com suas três pistas largas para subir ou descer a Serra do Mar. As viagens continuam durando entre 4 e 8 horas, nos feriadões.

Agora, cá entre nós, se São Pedro nos mandar um inverno com a mesma intensidade deste verão, acho que vamos descer a Serra do Mar, pela Anchieta ou Imigrantes, de esquis. E quem for de carro, terá que colocar correntes nas rodas para poder trafegar na neve. “Quem viver verá”

 

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