Caro Bird,

Escrevo esta carta com grande pesar! Hoje recebi a notícia da sua passagem para uma fase melhor! Sei que estas minhas palavras nunca se igualarão às suas tantas, publicadas nas “Cartas do Bird” da revista RACING. Durante anos, Bird, você se lembrou dos amigos queridos que se foram. Escrevia para eles, contando tantas histórias lindas do automobilismo.

Bird, meu amigo, você foi companheiro de tantas pessoas. Uma lenda que cuidava dos nossos pilotos, da nossa cultura do esporte a motor, do qual você foi um dos grandes representantes.

Agora, Bird, quem vai relembrar e contar tantas histórias? Nem preciso falar aqui sobre a sua carreira lendária, um dos maiores pilotos brasileiros de todos os tempos. E com tantos outros talentos, também, como a escrita, como os desenhos que você recriava e presenteava os inúmeros amigos.

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Lembra dos eventos do Capacete de Ouro que organizávamos juntos? Você cuidando das homenagens históricas. Levando aos nossos palcos pilotos ilustres, reconhecendo em público e com o troféu Capacete de Ouro, os maiores momentos do automobilismo brasileiro.

Nos últimos dois eventos você já não conseguiu mais participar presencialmente. A saúde estava debilitada. Mesmo assim conversávamos sobre quem poderíamos homenagear. Você sempre tinha inúmeras sugestões, criando momentos muito mágicos! Já estou sentindo um vácuo aqui no peito. Fará muita falta essa sua amizade, esse carinho, essa preocupação comigo, com a nossa equipe, com a Racing, com o Capacete de Ouro.

Bird, a sua vida pessoal também foi grandiosa, com a sua grande companheira, Luiza, a maior apoiadora em todos os momentos, trabalhando ao seu lado para recuperar fotos, vídeos, uma guardiã de toda essa documentação preciosa que você deixou.

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Mais do que a minha homenagem ao piloto ilustre, esta “Carta para o Bird” finaliza a série de “Carta do Bird” que você fez para a Racing. Encerra uma etapa romântica da história das corridas. Vá, querido amigo, acelerar lá no céu, encontrar os seus colegas de pista, contar mais episódios fascinantes que a sua mente brilhante relembrava.

Nós, aqui, continuaremos acelerando a nossa vidinha, enquanto o tempo permitir.

Assinado, sua amiga, Isabel Reis!