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Youssef Haddad busca “tríplice coroa” no Sertões atuando como piloto

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  • Publicado: 19/07/2023
  • Atualizado: 19/07/2023 às 16:29
  • Por: Leonardo Marson

Depois de se tornar o primeiro competidor a completar o Sertões sozinho na categoria carros, acumulando as funções de piloto e navegador na disputa do ano passado, Youssef Haddad vai encarar mais um desafio inédito na 31ª edição do maior rali das Américas, que será realizada de 11 a 19 de agosto.

Youssef Haddad
Youssef Haddad. (Foto: Rodrigo Barreto)

Tricampeão geral do Sertões como navegador nos carros (2010, 2011 e 2014) e por equipe (nos anos de 2003 e 2004, quando era o engenheiro responsável pela equipe de Guiga Spinelli/Marcelo Vivolo), Youssef disputará a competição pela segunda vez como piloto e busca agora a Tríplice Coroa: ser campeão como navegador, equipe e piloto. E a conquista viria numa data muito especial, já que este ano ele chega a sua “maioridade” no rali, participando de seu 18º Sertões.

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E as novidades não param por aí. Também será a primeira vez que Youssef terá um navegador ao seu lado no Sertões. O piloto – que também é engenheiro mecânico e participa intensamente do desenvolvimento de carros de rali – estará na categoria T2 Production, a bordo de uma de suas “criações”, a Triton Sport R, e terá Igor Quirrenbach como navegador na equipe Mitsubishi – SFICHIPS Racing.

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“Minha estreia como piloto no Sertões no ano passado foi meio maluca, pilotando sozinho. Mas 2022 era um ano muito especial do Sertões e eu não poderia perder a oportunidade de encarar esse desafio e ser o primeiro competidor a concluir a prova navegando e pilotando”, comentou Youssef, lembrando que a edição de número 30 foi a mais longa da história do Sertões (7.216 km, dos quais 4.811 km de especiais).

“Agora é um ano diferente, quase que uma nova estreia. Nunca tive um navegador ao meu lado em provas. Já fiz testes, treinos, mas correr mesmo será a primeira vez. Vai ser um desafio, aprender a ouvir o navegador, tentar não ser crítico pela minha experiência como navegador e ser o mais competitivo possível”, afirmou o piloto de 43 anos.

“Pensei muito na continuidade do projeto solo, mas para mim já não fazia mais sentido. Não teria um diferencial, no caso do Sertões. Mas, a médio e longo prazo, meu objetivo é seguir o projeto solo nos maiores ralis do mundo”, explicou.

“No entanto, chegou a hora de me testar como piloto mesmo. No ano passado, foi difícil saber o quanto minha pilotagem foi comprometida, pelo fato de estar navegando junto”, lembrou Youssef, que mesmo com todas as dificuldades conquistou um excelente resultado, sendo o segundo na T2 Production e 10º no geral entre os carros em 2022.

“Minha expectativa para este ano é a melhor possível e estou realmente muito animado. Buscar algo inédito, que é a Tríplice Coroa, me deixa ainda mais motivado. Hoje, me vejo numa fase, como competidor de rali, muito mais de buscar realizações no sentido de coisas inéditas, de me desafiar mesmo e provar que é possível”, ressaltou o piloto que vai correr com a equipe R Mattheis, uma das mais importantes do rali nacional, comandada por Rodolpho Mattheis.

Youssef também elogiou a parceria com Quirrenbach, com quem já fez alguns testes durante especiais da Mitsubishi Cup, onde trabalham juntos desde o ano passado. “O Igor correu os dois últimos anos no Sertões, com um carro idêntico ao que vamos usar este ano, então, ele já tem uma experiência com o carro, com o ritmo do carro. É um navegador super premiado no regularidade e o histórico dos navegadores do regularidade mostra que eles se tornam bons também no cross-country”, destacou.

Bicampeão do Sertões como navegador nas categorias Regularidade Master (2020) e T2 Produciton (2021), o paranaense Quirrenbach, de 43 anos, parte para a sua sexta participação na prova e também está muito motivado com a parceria ao lado de uma das maiores referências da sua posição no rali.

“Recebi outros convites, mas dei preferência para andar com o Youssef, que é um dos navegadores mais experientes do Brasil. Sei que apenas em um Sertões não será possível aprender tudo o que ele sabe, mas quero tentar absorver uma boa parte deste conhecimento e adquirir uma bagagem bem grande para os próximos anos”, observou o navegador.

Um Sertões na Essência
Com o mote: ‘Nosso palco é o Brasil’, a 31ª edição do Sertões será uma volta às origens. A disputa contará com formato mais compacto, em laços e com deslocamentos mais curtos. No entanto, o percurso é considerado um dos mais exigentes e desafiadores.

A edição estará concentrada em cinco cidades: Petrolina/PE, Xique-Xique/BA, Crato/CE, Sobral/CE e Cruz/CE. Serão 3.800 km no total, 2.080 km cronometrados.

A largada e o prólogo acontecem em Petrolina, de onde os competidores também largarão para a etapa Maratona, rumo a Xique-Xique. Serão oito etapas no total.

“Vai ser um Sertões na essência, um rali muito duro, principalmente, a parte das areias de Xique-Xique, que é uma especial que eu já fiz umas duas ou três vezes e é muito desafiadora. Mas o rali todo tende a ser muito duro, pela geografia da região, com desafios tanto no piso, quanto na navegação e transposição de obstáculos”, analisou Youssef.

Quirrenbach também destacou a preocupação com a possibilidade de correrem ao anoitecer. “Como a T2 é a última a largar no Sertões, vamos largar tarde e chegar tarde todos os dias. Uma preocupação nossa é ‘anoitecer’ na trilha, como já aconteceu no ano passado. E isso é um desafio muito grande, porque a poeira de dia já é difícil e no escuro fica mais complicado ainda para ver os obstáculos e acelerar nessas condições. Então, temos de fazer o máximo possível para acelerar durante o dia”, completou o navegador.

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