Em um momento em que a maior parte das categorias estão suspensas por conta da pandemia de coronavírus, temos tempo de analisar as possibilidades de termos pilotos brasileiros para chegar ao grid da Fórmula 1 – e das principais categorias do automobilismo mundial – nas próximas temporadas. E, ainda bem, as chances de termos uma nova leva de talentos nos grandes campeonatos do mundo é das mais altas.

Vale lembrar que, mesmo sem ninguém como titular na Fórmula 1 pelo terceiro ano seguido, a situação do País é melhor hoje do que em 2017, quando Felipe Massa largou a então recém-anunciada aposentadoria da categoria para andar mais uma temporada com a Williams. Antes que você pense que estou maluco, explico: há muito mais gente se aproximando da F1 hoje do que na última temporada do atual piloto da Fórmula E.

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Naquele ano, tínhamos apenas um representante na Fórmula 2, Sérgio Sette Câmara, que estreou em 2017 na categoria, defendendo a fraca MP Motorsport. Já na GP3, atual Fórmula 3, as esperanças recaiam sobre Bruno Baptista, que correu pela DAMS naquele que seria seu último ano de Europa, já que o piloto mudou o foco para a Stock Car, onde se destacou em 2019, conquistando uma vitória.

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Atualmente, o mesmo Sette Câmara se tornou reserva da Red Bull e da AlphaTauri, depois de passar três temporadas na Fórmula 2 e conquistar a superlicença obrigatória para correr na Fórmula 1. Em situação semelhante está Pietro Fittipaldi, que seguirá na Haas neste ano, mas como reserva e piloto de testes. O neto de Emerson Fittipaldi também possui o documento necessário para correr na principal categoria do planeta.

Para este ano, apenas nas categorias que integram a programação dos GPs de F1, serão cinco competidores. Pedro Piquet e Felipe Drugovich, que disputaram a Fórmula 3 em 2019, subiram de categoria e estarão na Fórmula 2, onde terão a companhia de Guilherme Samaia, piloto que se destacou nas últimas temporadas na Eurofórmula Open. A F3 contará com Enzo Fittipaldi e Igor Fraga, ambos vindos da Fórmula Regional Europeia.

Há também pilotos de destaque em categorias abaixo da F2 e a F3. Gianluca Petecof correrá na F-Regional Europeia, enquanto Caio Collet partirá para uma segunda temporada na Fórmula Renault Eurocup. Isso sem falar em nomes como Guilherme Bortoleto, que fará sua estreia no automobilismo neste ano, correndo na Fórmula 4 Italiana.

Outro bom sinal é que muitos dos pilotos supracitados estão em academias ligadas às equipes da Fórmula 1, algo praticamente obrigatório para quem pretende chegar ao Mundial. De todos os brasileiros na base, apenas Pedro Piquet e Guilherme Bortoleto não estão em algum destes programas.

Assim, apesar do momento de entressafra, o futuro promete ser dos melhores para os brasileiros. E isso na Fórmula 1 e em outras categorias do planeta.

*Leonardo Marson é jornalista e trabalha com automobilismo desde 2011. Além de Racing, onde atua desde 2015, colabora com Anuário AutoMotor, F1 Mania e o canal Fórmula Grun. Tem passagens por Torcedores.com, Yahoo!, e House Mag.