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Coluna
Automobilismo: uma nova Fórmula

3 Minutos de leitura

  • Publicado: 22/05/2020
  • Atualizado: 22/05/2020 às 15:57
  • Por: Venicio Zambeli

A Fórmula 1 está mudando de identidade, passa por um momento diferente, com profunda alteração. E isso reflete em todo o automobilismo mundial.

Fórmula 1
Arte: Hellow Eventos

A saída do tetracampeão Sebastian Vettel da Scuderia Ferrari apenas mostrou o quanto alguns de seus principais pilotos aparentam estar sem a motivação, sem o carisma e sem aquele espírito vencedor que sempre foi um atrativo para a categoria.

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Neste hall podemos incluir não só Vettel, mas também Lewis Hamilton, muito por pura falta de concorrente direto para disputas emocionantes. O piloto inglês teve como seu último verdadeiro desafio a briga interna pelo título com Nico Rosberg, em 2016, a qual perdeu. Agora, ele parece correr apenas contra recordes.

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As novas caras da Fórmula 1

Por este motivo, as novas caras da Fórmula 1 estão ganhando destaque para uma renovação –geração esta que realmente parece sedenta por boa performance. Mas ainda busca resultados para marcar seus nomes na competição. É o caso de Charles Leclerc e Carlos Sainz Jr., a jovem dupla confirmada na Ferrari para 2021. Atualmente o grid tem três pilotos que já foram campeões mundiais: Hamilton, Vettel e Kimi Räikkonen. Com a possível saída deles do circo em pouco tempo, quem serão as novas estrelas da F1?

Mudança de protagonismo

Só que até esta mudança de protagonismo acontecer, pode ser tarde… O baque deste ano, sem atividade de pista até o momento, devido à pandemia mundial, escancarou um problema. A categoria tem custos realmente altos para que ela se movimente. Todos os envolvidos já estão pagando caro por isso.

E na volta das atividades, uma cobrança maior ainda será colocada nas costas da F1. A exigência será que ela seja competitiva e emocionante, para valer o show que cobra. Lógico que é possível apresentar um bom espetáculo. Mas para que isso não seja pontual, uma nova fórmula precisa ser achada para ela. Isso passa principalmente pelas disputas entre as equipes.

Dez campeonatos, mas só dois times campeões

Nos últimos 10 campeonatos, apenas dois times venceram mundiais. E de maneira absoluta e consecutiva: 4 títulos para a Red Bull e 6 títulos para a Mercedes – sendo 9 deles divididos por apenas dois pilotos. Também por 10 temporadas, entre 1984 e 1993, a Williams e a McLaren dominaram sozinhas. Mas com um diferencial. Elas se revezavam com mais frequência nas vitórias e com vários pilotos diferentes – e isso era um atrativo.

Comparando com o futebol nacional, imagine se nos últimos 10 anos só tivéssemos visto títulos do Flamengo e do Palmeiras, e de maneira sequencial cada um… Será que o interesse esportivo se manteria atraente para todo o negócio (competidores, equipes e público total)?

Fase de reestruturação

Toda esta nova fase de reestruturação que está acontecendo na Fórmula 1 acaba fortalecendo outras categorias do automobilismo. Incluindo as competições nacionais em todo o mundo, que estão buscando soluções interessantes para continuar a vida das corridas – sem ter influência da F1. Aqui no Brasil, por exemplo, a chance de termos ainda mais pilotos de alto nível técnico (das últimas gerações e da nova também) optando em correr no país, tende a crescer. O resultado disso refletirá nas qualidades de nossas categorias, que já são extremamente competitivas. E será atrativo para mais disputas interessantíssimas nas pistas – tudo o que a Fórmula 1 está procurando e sonhando em alcançar neste momento.

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