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Conectividade em carros de corrida

3 Minutos de leitura

  • Publicado: 02/05/2020
  • Atualizado: 02/05/2020 às 16:12
  • Por: Isabel Reis

Se até a Volkswagen oferece central multimídia nos seus automóveis de rua, por que o automobilismo ainda não utiliza a conectividade em carros de corrida?

Veja, a marca fez o lançamento virtual do novo Nivus, a versão SUV do Polo. Como ele só será lançado no final do ano, ainda estava “camuflado” sob uma pintura diferente. Entretanto, a estrela da apresentação não era o carro, mas, sim, o Volks Play. Trata-se de um sistema de infotainment, recurso que utiliza wifi ou a própria rede de dados do celular.

Duas telas de 10 polegadas, como se fossem smartphones gigantes, mostram vários aplicativos: iFood (comida), Deezer (música), Porto Seguro (para chamar um guincho, por exemplo) e por aí vai.

 

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O motorista dá as ordens com a voz ou com o toque dos dedos. Desta forma, se comunica com esse mundão de Deus, sem tirar o corpo do assento. Em resumo, o conceito de conectividade em um automóvel é: guarde o celular no porta-luvas, mas continue conectado e com segurança.

Informatização ao alcance do piloto

Foi aí que pensei: se até o Nivus tem conectividade, por que a demora para a tecnologia virtual chegar ao automobilismo? Imagine a vida a bordo do carro de corrida e como ela poderia se tornar muito mais prática e interativa. O piloto e a equipe não seriam mais os únicos protagonistas da comunicação.

Vamos supor. Existe um vazamento lento de ar do pneu e até mesmo a equipe de telemetria demorará um pouco para perceber. O piloto, provavelmente, só vai reparar quando começar a perder rendimento. Isso acontece muito na Nascar. Mas um sistema informatizado de checagem do carro pode notificar o piloto na hora, para que tome uma atitude antes que comece a perder posições.

Tecnologia dos carros de rua para a pista!

Esse recurso, por sinal, já existe em vários carros de rua. Fiquei durante um período com o elétrico BMW i3 e, em uma viagem na estrada, ele me avisou que a pressão do pneu traseiro direito estava muito baixa. Me orientou rodar no máximo até 50 km/h e parar no primeiro borracheiro, que o próprio sistema indicou, por sinal.

Assim como acontece em um sistema de navegação normal, que auxilia o motorista a tomar decisões, também o piloto teria mais autonomia. Isso ajudaria até na redefinição das estratégias da corrida. Hoje, o piloto depende das orientações que vem dos engenheiros e técnicos.

Com tanta informação nas mãos, trazida pela inteligência artificial, ele deixaria de ser um “operário acelerador” de carro. Passaria a tomar as suas próprias decisões, o que criaria muito mais apelo.

Valorização do talento!

Sem falar da valorização do talento, como aconteceu com Niki Lauda, Alain Prost, Piquet, Ayrton Senna e outros mais, na época de ouro do automobilismo. Quem mandava eram eles. Assim, emocionaram os milhões de fãs com as suas atitudes surpreendentes!

Nesse caso, a comunicação entre equipe e piloto poderia ficar restrita às informações mais humanas, digamos assim. “Acelera esse carro, cacete!”, diria o chefe de equipe. Ao que o piloto retrucaria: “A porra do pneu está furado”.

Informações perigosas!

Também poderia permitir uma perigosa troca de informações, que tirariam a atenção do piloto da pista. Imagine a cena. O sistema de conectividade toca durante a prova, o piloto atende, e a sua mãe aparece na tela: “Corre devagar, meu filho”. Ou a esposa do ídolo surge no painel e solicita: “Dá para passar na padaria e comprar uns pãezinhos, quando voltar para casa?”

O mundo cada vez mais virtual

Brincadeiras à parte, o mundo está mudando e se tornando cada vez mais virtual. Nem precisa ir muito longe, pois temos assistido aos nossos ídolos disputando várias corridas nas redes, nestes tempos de pandemia.

Por que, então, não tornar a competição uma mistura física-virtual? Os carros correm nas pistas, como acontece desde o final do século 18, começo do século 19. Só que público vai junto no cockpit, acompanhando cada movimento do piloto, estilo um big brother sobre rodas. Quem viver, verá, literalmente!

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Arte: Thomas Bento

 

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