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Entrevista exclusiva com Nelsinho Piquet

4 Minutos de leitura

  • Publicado: 05/08/2016
  • Atualizado: 05/08/2016 às 17:08
  • Por: Racing

<p><img alt="Em prova de endurance, Nelson (à esq.) corre com o irmão Pedro (à dir.)" src="/wp-content/uploads/uploads/nelson-piquet-jr_620x467.jpg" style="margin: 0px auto; display: block; width: 620px; height: 467px;" /></p>

<p>Em um raro momento livre em sua agenda, Nelson Ângelo Piquet está no Brasil para disputa da quinta etapa do Porsche GT3 Cup, em Interlagos, neste sábado. O campeão da temporada 2014-2015 da Fórmula E correrá ao lado do irmão mais jovem, Pedro, no Porsche número cinco.</p>

<p>E <span style="color:#B22222;"><strong>RACING Online</strong></span> bateu um papo exclusivo com Nelsinho no autódromo paulista.</p>

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<p><strong>RACING Online – Como está sua expectativa para esse fim de semana?</strong></p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">Nelsinho Piquet – Isso aqui é mais uma brincadeira. Obviamente a gente sempre quer ganhar, estamos aqui tentando nos divertir, não tem nada a provar para ninguém. Só queremos vir aqui, andar juntos. É uma categoria maravilhosa. Vim para prestigiar o Dener (Pires) e a (patrocinadora) Hero, que está aqui. Então, lógico, aceitei (o convite) na hora. É a melhor categoria que o Brasil tem, todos os carros são feitos na Alemanha, são de altíssima qualidade, muito rápidos… Então, não tinha como negar isso (o convite), pelo meu irmão. Será legal para todo mundo, para nos divertirmos, para eu vir um pouco ao Brasil. Tinha uma semana livre, então aproveitei para vir para cá (Interlagos). Enfim, deu tudo certo.</span></p>

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<p><strong style="line-height: 1.6em;">RACING Online – Em uma entrevista recente, você disse que aprendeu nos Estados Unidos a ter a cultura do automobilismo, de disputar várias categorias em uma temporada. Gostaria que falasse um pouco mais sobre isso.</strong></p>

<p>Nelsinho – Na Europa, há cada vez mais pilotos fazendo isso, porque eles veem o benefício de participar em diversas categorias, como uma oportunidade de aprendizado, diversão. Na Europa, havia uma mentalidade muito fechada em correr somente o campeonato que está fazendo, achar que queimaria o filme se andasse em outra categoria. Isso não existe nos Estados Unidos. Aprendi isso depois que fui para a NASCAR, passei a participar de vários campeonatos. Então, está crescendo. Você vê cada vez mais pilotos fazendo isso, pilotos querendo ganhar mais dinheiro, participar de mais corridas, aprender mais, enfim, hoje em dia a cabeça dos pilotos está mudando devagarzinho.</p>

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<p><strong>RACING Online – Qual é o balanço que você faz de sua participação nas 24 Horas de Le Mans desse ano? Foi uma corrida difícil, mas um resultado bastante positivo, não é?</strong></p>

<p>Nelsinho – Na verdade foi mais para pegar um pouco de experiência, voltar a disputar Le Mans. Fazia muito tempo que não corria por lá. Em termos de resultado foi muito difícil, pois nossa categoria só tinha três, quatro carros, então não era um desafio enorme, mas sim mais pela experiência de correr com um carro rápido, em uma pista super bacana, em um evento legal. Tomara que no próximo ano a gente entre em uma equipe boa, em uma classe que esteja disputando alguma coisa um pouco mais diferente.</p>

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<p><strong>RACING Online – Quais foram as grandes diferenças que você encontrou em relação à sua estreia em Le Mans, em 2006?</strong></p>

<p>Nelsinho – Em um, eu tinha 20 anos de idade; no outro, 30. Nunca havia andado de (carro de) turismo na minha vida e hoje em dia eu tenho muita experiência, então não dá para comparar. Estava disputando na (classe) GT1, os carros que estavam chegando quase na mesma velocidade que o meu LMP1 nesse ano, disputando contra várias equipes de fábrica. Enfim, era uma pressão enorme. Esse ano foi mais tranquilo, cheguei com mais bagagem, já conhecia o carro e a pista. Foi com um pé nas costas se comparado ao primeiro ano.</p>

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<p><strong>RACING Online – Como você avalia sua temporada na Fórmula E?</strong></p>

<p>Nelsinho – Uma temporada para descartar. O carro estava péssimo, não competitivo. Não tinha o que fazer. Era tentar terminar o ano o mais rápido possível e trabalhar no carro para a terceira temporada.</p>

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<p><strong><span style="line-height: 1.6em;">RACING Online – Mas em Londres você teve sua melhor participação no ano, com volta mais rápida e um nono lugar.</span></strong></p>

<p>Nelsinho – Foi um pouco de sorte, um pouco de estratégia, né!? A volta mais rápida foi porque a gente sabia que não marcaria pontos na corrida, então buscamos cravar a volta mais rápida. Foi apenas uma situação diferente.</p>

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<p><strong>RACING Online – De que modo você avalia essa escalada da Fórmula E?</strong></p>

<p>Nelsinho – Eu só estou pilotando, fazendo a minha parte. Espero que os promotores arrumem mais patrocínio, uma (cobertura) de TV melhor, prêmios maiores a cada ano. O que a gente pode ver é que as montadoras estão investindo bastante dinheiro, tem mais montadoras entrando e tudo isso faz automaticamente a categoria crescer.</p>

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<p><strong>RACING Online – Faz crescer, mas também não pode aumentar os gastos das equipes? Pode ser um ponto não tão positivo, não acha?</strong></p>

<p>Nelsinho – Preço não tem problema. O problema é ter um custo alto e os carros serem muito diferentes (no desempenho em pista). Acho que o importante é que os carros sejam parecidos.</p>

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<p><strong>RACING Online – Nos últimos meses aumentou a discussão sobre cobertura nos carros de Fórmula 1 e monopostos de outras categorias. O que pensa sobre isso?</strong></p>

<p>Nelsinho – Não gosto, não acho legal. Carro de corrida é carro de corrida, perigoso. Seria a mesma coisa falar: “Vamos limitar a velocidade de um Fórmula 1 a 300 km/h para diminuir o perigo”. Há 40 anos, se olhar, os pilotos mal estavam usando cinto de segurança. Eu não concordo, fico do lado de que tem de deixar aberto, como sempre foi.</p>

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<p><strong><span style="line-height: 1.6em;">RACING Online – E um palpite para a Fórmula 1 nesse ano: quem vai levar a melhor na Mercedes?</span></strong></p>

<p>Nelsinho – O mesmo de sempre, não vai mudar nada.</p>

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<p><strong>RACING Online – Você já disputou um monte de categorias. Qual seria o próximo objetivo? A IndyCar?</strong></p>

<p>Nelsinho – Não necessariamente. Eu vou para onde o vento me levar. Acho que ficarei na Fórmula E por mais uns bons anos e não faço a mínima ideia do que farei depois.</p>

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