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A liberdade de escolha de um campeão

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  • Publicado: 06/12/2016
  • Atualizado: 27/03/2019 às 9:38
  • Por: Racing

<p><img alt="Rosberg conquistou seu título em Abu Dhabi. (Foto: Sutton Images)" height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/sut_abu_dhabi_gran_14534652_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>A decisão de Nico Rosberg em anunciar sua precoce aposentadoria três dias após conquistar o título deste ano deixou no ar a questão sobre a liberdade de escolha de um campeão.</p>

<p>Na história da F-1 apenas os ingleses Mike Hawthorn, em 1958, e Nigel Mansell, em 1992 tiveram ousadia semelhante à praticada pelo alemão Nico Rosberg, ambos apresentando motivos diferentes mas nenhum deles impactantes o suficiente como o visto este ano. A decisão do alemão já suscitou até mesmo possíveis ligações com a prática do budismo, algo considerado a julgar pela decoração do capacete e até mesmo o nome de sua filha, Alläia. A verdade, porém, permanece por hora tão desconhecida quanto a identidade de quem vai sucedê-lo.</p>

<p><strong>Morte quase súbita</strong></p>

<p>Mike Hawthorn e seu compatriota Peter Collins, e o italiano Luigi Musso, eram os três principais pilotos da Ferrari para a temporada de 1958, ano dominado pela equipe britânica Vanwall, que venceu sete das onze provas do campeonato, em que os ingleses Stirling Moss (4) e Tony Brooks (3) dominaram. O francês Maurice Trintignant (Cooper Climax) venceu uma vez (Mônaco), assim como Hawthorn (França) e Collins (Grã-Bretanha). Musso, que era ignorado pelos dois ingleses, foi uma das muitas perdas do esporte na temporada: ao perder o controle do seu carro na curva 1 de Reims, na França, foi jogado para fora do habitáculo do seu Dino 246 (um monoposto baseado na Lancia de F-2) e faleceu no hospital.</p>

<p>Esta temporada foi a que se criou o título de Construtores, que foi para a Vanwall. Uma das etapas do campeonato era a 500 Milhas de Indianápolis, vencida pelo americano Jimmy Bryan com um Epperly-Offenhauser de motor dianteiro.</p>

<p>Apesar das quatro vitórias de Moss, a decisão do título foi no GP do Marrocos de 1958, num circuito de 7.618 metros nas ruas de Casablanca: o piloto da Vanwall venceu e o da Ferrari chegou em segundo, suficiente para garantir o título por um ponto. Marcado pela morte do amigo Peter Collins no GP da Alemanha e problemas de saúde que já haviam paralisado as funções de um rim, Hawthorn anunciou sua aposentadoria no final do ano. Ironicamente, veio a falecer em consequência de um acidente de trânsito dirigindo um Jaguar, supostamente quando disputava um racha com Rob Walker no trecho da rodovia A3 em Guildford.</p>

<p><strong>Firme como uma rocha</strong></p>

<p>A temporada de 1992 foi marcada pelo domínio da equipe Williams e Nigel Mansell, consequência do desempenho superior do Williams FW-14B-Renault equipado com suspensão ativa. A diferença para os demais carros era tamanha que Mansell garantiu o título na décima-primeira das 16 etapas da temporada, o GP da Hungria, recorde que persiste até hoje. Ocorre que a relação entre o piloto e a equipe deteriorou-se a cada volta desde o GP do México (segunda etapa da temporada), quando ele descobriu que Alain Prost seria seu companheiro de equipe em 1993.</p>

<p>Nas entrevistas após as corridas as primeiras palavras de Mansell eram, invariavelmente com a declaração que se tornou seu bordão: “My team did a fantastic job” (“Minha equipe fez um trabalho fantástico”). A exceção a esse trabalho fantástico foi descoberta durante uma coletiva em Monza, quando prestes a anunciar que iria disputar a F-Cart em 1993, Sheridan Thynne invadiu a sala de imprensa e cochichou uma última oferta para dissuadir o inglês dessa ideia. A manobra não funcionou e Thynne igualmente abandonou a F-1 ao final de 1992.</p>

<p><strong>Rosberg e o budismo</strong></p>

<p>Até a semana passada ninguém, ou praticamente ninguém, havia escrito uma linha sequer sobre o que até agora era apenas “um desenho” na parte frontal do seu capacete. Estou falando do que o budistas chamam de “nó infinito”, que ao configurar uma linha contínua e entrecruzada representa a inter-relação entre tudo que envolve a existência humana. Ou, como dita uma definição mais clássica, “representa a origem dependente e a inter-relação de todos os fenômenos. Significa também causa e efeito da união de compaixão e sabedoria.</p>

<p>Outro detalhe que pode ser invocado é que o nome da filha de Nico e Vivian, Alläia, deriva da palavra que define a primeira das oito consciências budistas,Ãlayavijña. O trema no primeiro “a” pode ser uma alusão às origens do pai de Nico, Keke, nascido na Suécia mas filho de finlandeses e criado nesse país. Na interpretação budista,  ?layavijñ?na leva ao renascimento.</p>

<p>Um número ligeiramente maior de pessoas, no entanto, conseguiu enxergar na atitude de Nico Rosberg a coragem de assumir uma atitude que ele garante ser sua vontade, seu desejo. O que pode parecer uma pá de cal no conceito que pilotos de F-1 são super-heróis pode muito bem ser o início de uma era onde fica claro que existe vida fora da categoria mais badalada do automobilismo mundial. Se Rosberg vai voltar atrás em sua decisão, se o destino lhe reserva algo semelhante ao que aconteceu com Mike Hawthorn ou Nigel Mansell, isso não importa. O filho de Keke já deixou claro que conquistou algo que sonhava desde quando tinha seis anos de idade e agora, aos 31, espera o tempo mostrar qual será o próximo passo de sua vida.</p>

<p><strong>Paul Ricard de volta</strong></p>

<p>Enquanto no Brasil a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) ainda sequer divulgou um esboço de calendário para a temporada de 2017, organizadores franceses já anunciaram a volta do GP da França para o Campeonato Mundial de F-1 de… 2018. A competição será no circuito de Paul Ricard, em Le Castellet, local situado a meio caminho entre as cidades de Marselha e Nice.</p>

<p><strong>Stock Car define campeão 2017</strong></p>

<p>O Campeão Brasileiro da Stock Car desta temporada será conhecido domingo em Interlagos (SP), prova que terá pontuação dobrada. O líder do campeonato é o jovem tocantinense Felipe Fraga, que soma 282 pontos, contra 245 do segundo colocado, Rubens Barrichello. O internauta cadastrado na página oficial da categoria no Facebook pode eleger seu piloto preferido entre os cerca de 30 que disputaram a temporada. Os critérios de escolha são baseados em vários quesitos, como simpatia, pilotagem, interação com os fãs, entre outros fatores.</p>

<p><strong>Christian vai de Cadillac em 2017</strong></p>

<p>Christian Fittipaldi vai disputar a temporada 2017 com um novo carro, o Cadillac DPI-V.R., um chassi biposto construído pela Dallara e equipado com motor 6,2 V-8 capaz de produzir mais de 600 Cv. A sigla DPI vem de Daytona Prototype International, categoria da IMSA que permite maior liberdade de criação na carroceria para facilitar a identificação dos carros de corrida com modelos fabricados em série.</p>

<p>No caso do protótipo que será usado pelas equipes Action Express e Wayner Taylor Racing, isso é notado pelo formato dos faróis duplos nos para-lamas dianteiros.  A última aparição da marca premium da GM em competições foi na 24 Horas de Le Mans de 2002; a estreia dos novos carros está marcada para a 24 Horas de Daytona, que será disputadas nesse circuito nos dias 28 e 29 de janeiro de 2017.</p>

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