
Lá ia eu, a bordo do delicioso Fiat Cinqüecento (prefiro assim do que Fiat 500) Abarth, pela Fernão Dias, rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte e, em uma subida deparei-me com um enorme caminhão à minha frente. Dei seta e comecei a ultrapassagem e o motorista do caminhão também deu seta e também mudou de pista, me fechando.
Depois de alguns metros vi que ele não ultrapassara ninguém, só queria impedir que eu o fizesse. Então dei seta para a direita e ele fez o mesmo, impedindo minha passagem.
Tentei novamente a esquerda e a direita, mas as cenas se repetiram. Tudo que eu tentava, ele “copiava”. Então dei uma de Emerson. Fingi que ia para a esquerda e quando ele jogou seu “brutamonte” para aquele lado eu reduzi e passei por ele na direita.
Aumentei a velocidade, aproveitando que ele não conseguiria me alcançar. Já na descida, seguia tranquilamente mas, ao olhar no retrovisor, vi aquele símbolo da Volvo muito perto, com seus faróis piscando para mim. Sem contar a buzina que “gritava” assustadoramente.
De imediato me veio à mente uma das frases que vira em uma estrada qualquer, na traseira de um caminhão: “Na subida cê mi aperta, na descida nóis acerta!” Tentei acelerar, (cheguei aos 150 km/h) mas já era tarde, o caminhão estava a poucos metros, quando avistei a entrada de um sítio, em terra e mandei o carrinho na sua direção.
Foi por pouco, ele passou a poucos centímetros da traseira do Cinqüecento, com o motorista buzinando como se comemorasse sua vitória. Eu ganhei uma tremedeira enorme que só passou depois de muito tempo.
“Para-choque do mês”
Lembro que, no século passado, a revista Quatro Rodas publicava uma página onde mostrava fotos das frases “filosóficas” colocadas nas traseiras de caminhões que transitavam pela nossas estradas. Depois da capa, para ver o carro em destaque na edição, eu ia ver o que “falavam” as frases dos caminhões.
Muitas delas absurdamente “machistas” e que hoje, certamente mereceriam 7 pontos na CNH e até mesmo sua suspensão. Mas muitas eram divertidas, numa demonstração do bom humor deste povo brasileiro.
“Freio a árvore”, “Segredo entre três? Só matando dois”, “Baijo não mata fome, mas abre o apetite”, “Mulher, só a minha”, “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”, “Se a morte for descanso, prefiro viver cansado”, eram coisas que se lia na Quatro Rodas e muito mais pelas estradas.
Você, com certeza, deve se lembrar de muitas outras, não?
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