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Memória Racing
Coluna Chico Lelis: primeiras viagens

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  • Publicado: 26/06/2025
  • Atualizado: 26/06/2025 às 11:38
  • Por: Chico Lelis

Claro que não me lembro delas, afinal, eu tinha ​m​eses de vida, mas  tenho pelo menos um comprovante, a daquela feita nas asas da Real Redes Estaduais Aéreas Ltda, empresa do Estado de São Paulo, também conhecida como Real Transportes Aéreos.

A estrada velha de Santos era muito bonita – foto arquivo pessoal

Saímos de Congonhas em direção ao Santos Dumont, no Rio (e dali para Macaé) às 12:15 horas, do dia 16 de abril de 1946, ou seja com menos de três meses de vida. A passagem, de “Collo”, como está no bilhete, custou Cr$ 13,60 e a aeronave era o famoso Douglas DC 3, modelo no qual voltei a viajar em 1973, no DC3 da Ford, com toda a configuração de executivo adaptado pela empresa de São Bernardo, na época presidida pelo Joseph O’Neill da Ford, entre São Paulo e Porto Alegre. O gerente de Imprensa, meu chefe era o inesquecível Seccão (Luiz Carlos da Silva Secco), que tinha como secretária a também inesquecível dona Hilda.

Mas, antes do voo no DC3, minha primeira viagem mesmo foi de ônibus, em um modelo  com carroceria Striuli, modelo Silver Jet, equipado com motor GMC Detroit Diesel, também conhecido como “motor marítimo”. Meus pais não guardaram este bilhete, mas me contaram que o ônibus se arrastava pela Serra do Mar, ou Estrada Velha, a primeira asfaltada do país (que durava quase duas horas, só neste trecho da viagem) como também era conhecida a ligação entre Santos e o Planalto. No ano seguinte foi substituída pela Via Anchieta, pista Norte, subindo na direção da Capital. A pista Sul só foi inaugurada no ano seguinte, no dia 9 de julho.

Antes dos ônibus da Cometa, “jardineiras” eram usadas nos transporte de passageiros entre o planalto e Santos. A viagem se tornava tão longa, mesmo na descida da Serra Velha, que obrigava uma parada de descanso na conhecida Casa de Pedra, poucos antes do início da descida, com inclinação muito forte.

O desembarque acontec​i​a na rua da Consolação, em um local bem próximo à praça da República. Dali, contaram meus pais (quando eu já entendia o que me contavam) embarcamos em um táxi em direção a Congonhas. Possivelmente um Mercury, um Ford 1946, ou, até mesmo, um Ford Bigode, usados na” praça” naquela época.

Eu não consigo, claro lembrar de nada dessas viagens (salvo a daquela no DC3 da Ford, ou nas comemorações dos 100 anos da Estrada Velha, a primeira rodovia construída no país, quando desci por ela, até Cubatão, dirigindo em Citroën, salvo falha de memória).

 

 

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