Neste final de semana o WEC realiza sua sexta e última etapa na temporada de 2022. As 8 Horas do Bahrein decidirão o campeão da categoria principal, a Hypercar. Estão na disputa direta o trio do Toyota #8 (o neozelandês Brendon Hartley, o japonês Ryo Hirakawa e o suíço Sebastien Buemi) e o Alpine #36, que tem em sua tripulação o brasileiro André Negrão, além dos franceses Matthieu Vaxiviere e Nicolas Lapierre. Os dois trios estão empatados com 121 pontos.
O segundo Toyota do grid, de número sete, tem como tripulação o argentino José Maria Lopez, o japonês Kamui Kobayashi e o britânico Mike Conway. O trio está em terceiro, com 95 pontos, e corre por fora na disputa pelo título.
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A oportunidade de ser campeão para Negrão é histórica, já que até hoje nenhum brasileiro ganhou o Mundial de Endurance na categoria principal desde seu início em 2012. Antes, na fase em que o campeonato de provas de resistência era chamado de Campeonato Mundial de Protótipos, de 1953 a 1992, o Brasil chegou a conquistar o título com o paranaense Raul Boesel, em 1987, pela equipe da Jaguar. Em 2022, exatos 35 anos depois, o país tem a chance de repetir o feito.
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Ajuste da FIA
O último desafio do WEC na temporada será realizado no circuito de Sakhir, localizado no deserto, nas proximidades de Manama, capital bareinita. Uma incógnita na equação é o chamado BOP, ou balance of performance (equilíbrio de desempenho, em tradução livre), um ajuste imposto pela FIA (Federação Internacional do Automóvel) para deixar os protótipos e os hipercarros com performance mais próxima possível. O BOP é reavaliado pela comissão técnica da entidade a cada evento do campeonato, visando gerar uma maior competitividade.
Segundo André Negrão, essa regra tem sido decisiva ao longo do ano. Uma prova disso foi o fraco desempenho do Alpine A480, de motor V8 aspirado a gasolina e tração 4×2 contra hipercarros como os Toyota, que economizam mais combustível (por serem híbridos) e gastam menos pneus por terem tração 4×4 – uma combinação que gera a grande vantagem de fazer menos pit stops. O terceiro lugar obtido em setembro nas 6 Horas de Fuji, com duas voltas de desvantagem para os carros da Toyota, foi resultado de um BOP mais favorável aos hipercarros.
“Esperamos que o BOP do Bahrein nos compense em termos de performance”, diz André Negrão. “Podemos ter um aumento de potência, uma redução de peso, algo que a equipe acredita que pode ser até significativo. Porém, a FIA ainda não divulgou a nova regra de equilíbrio de desempenho. Mas temos a esperança de que isso possa nos ajudar um pouco nessa corrida.”
O fator clima
André acredita que a largada e a primeira fase da prova serão cruciais para um bom resultado no Bahrein, citando uma característica natural de seu Alpine frente ao Toyota híbrido no asfalto abrasivo da pista de Sakhir. “Termos um carro mais leve e tendemos a colocar menos estresse nos pneus. Com a temperatura do deserto onde fica a pista mais alta na primeira fase da prova, tendemos a gastar menos borracha. Mas a corrida começa à tarde e entra pela noite, quando a temperatura tradicionalmente reduz bastante no deserto. Então, com o ambiente mais frio, a vantagem passa para o lado deles. Provavelmente precisaremos forçar no início, principalmente porque sabemos que nosso pneu pode durar dois stints em boas condições”, conclui o brasileiro.
A prova será a única de 8 horas do ano, e por isso possui uma pontuação diferente das demais corridas, todas de seis horas, além das 24 Horas de Le Mans. A pontuação será a mesma das 1000 Milhas de Sebring – etapa inaugural da temporada e vencida por André Negrão e seu trio da Alpine. Ela concederá 38, 27 e 23 pontos para o top 3, respectivamente, enquanto que as provas de 6 horas têm a mesma pontuação da Fórmula 1 (25-18-15-12-10-8-6-4-2-1). Já Le Mans concede o dobro destes números aos melhor classificados. Em todas as etapas há um ponto extra pela pole position.
A persistir o empate entre os líderes, o campeão será apontado pela quantidade de vitórias e demais colocações. Nessa conta, o Toyota #8 leva vantagem no momento por ter um segundo lugar a mais.
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