A TCR South America realizou em Interlagos, SP, a etapa inaugural da competição sul-americana, uma das categorias mais importantes de turismo do mundo. Com carros de várias fabricantes, equipes profissionais e pilotos de alto nível, a TCR South America chegou com uma proposta interessante. Ela pode ser um verdadeiro laboratório de modelos de rua para as montadoras, explorada como marketing pelas marcas e competitiva para os pilotos e público. O sucesso das categorias TCR no mundo prova isso. E agora o Brasil e os países da América do Sul já têm ela pronta, acelerando na pista.
Na primeira etapa da história da categoria por aqui, o piloto espanhol Pepe Oriola dominou e venceu as duas corridas a bordo do Honda Civic da equipe W2 Racing, liderando todas as voltas do fim de semana.
Na primeira bateria, largando em segundo lugar, superou o pole Raphael Reis na partida e venceu com tranquilidade. Na segunda prova, graças novamente a uma largada espetacular, saltou de oitavo para segundo lugar até o contorno do S do Senna, assumiu a liderança algumas curvas mais tarde e, novamente, foi o primeiro a ver a bandeira quadriculada.
O pódio da Corrida 1 foi completado pelos brasileiros Raphael Reis e Rodrigo Baptista, com o Audi #13. Já a Corrida 2 teve um pódio multinacional, com o espanhol acompanhado do norte-americano Paul Holton e do argentino Ayrton Chorne.
Pela classe Trophy, Adalberto Baptista foi o nome do dia com duas vitórias. O Audi #10 terminou a primeira corrida em sétimo no geral e a segunda prova na quarta posição. A próxima etapa do TCR South America acontece dentro de quatro semanas em Curitiba, PR.
As corridas
Pepe Oriola reagiu muito bem na largada e soube posicionar seu Honda por fora na primeira perna do S do Senna, aproveitando-se do fato do pole Raphael Reis ter tracionado mal na partida. Jose Manuel Sapag bem que tentou ainda atacar o brasileiro por dentro na tomada da curva, mas precisou se contentar com o terceiro posto naquele momento. Na segunda volta, o espanhol já abria 2s de vantagem na frente, enquanto a disputa pela vice-liderança era intensa. Sapag emparelhou com Reis na freada do S do Senna. O brasiliense novamente conseguiu se defender, mas a disputa entre eles favoreceu aproximação de Rodrigo Baptista e Paul Holton. Pela classe Trophy, Adalberto Baptista assumiu a liderança avançando para a sétima posição. Na terceira volta Geciel Andrade teve que recolher o Audi #55 para box, abandonando a prova. Os três ponteiros vinham separados na casa de 2s entre si e logo atrás Holton tentava seguir as linhas de Baptista para um ataque. Na volta 9 Sapag perdeu ritmo e acabou ultrapassado por Rodrigo Baptista. No giro seguinte foi a vez de Holton superar o argentino. O carro de seu companheiro, Ayrton Chorne, também caiu de rendimento na parte final da prova. Mas conseguiu receber a bandeirada em sexto, apenas 0.145 à frente de Adalberto Baptista, o primeiro vencedor da classe Trophy. No geral, festa da equipe W2, com dobradinha de Oriola e Reis. Rodrigo Baptista completou o pódio.
A segunda corrida largou com a inversão das dez posições do grid em relação ao resultado do quali de sábado. Pepe Oriola novamente fez uma volta formidável e saltou de oitavo para a liderança em questão de um giro. Na primeira perna do S do Senna, o espanhol já vinha em segundo e depois da reta oposta assumiu a ponta. Adalberto Baptista cruzou a primeira volta em segundo, liderando na Trophy, com Paul Holton em terceiro, Ayrton Chorne em terceiro e Rodrigo Baptista em quinto. Raphael Reis era o sexto na segunda volta, quando Holton também passou Adalberto pelo segundo lugar. Na quinta volta, o Audi #10 foi ultrapassado por Chorne, Rodrigo e Raphael Reis após escapar no fim da reta Oposta. O Audi #13 e o Honda #77 então duelaram pela quarta posição, com Reis realizando a ultrapassagem para levar o troco a seguir. Até que na volta 6 os dois tiveram contato e abandonaram a corrida, determinando a intervenção do safety-car. Adalberto reassumiu a quarta posição, seguido por Sapag e Reischl. A corrida relargou na volta 9 e Sapag passou Adalberto pelo quarto lugar. Oriola livrou 1.5s de Holton em uma volta e este 1.7s sobre Chorne. Logo atrás, Adalberto tentava recuperar o quarto posto sobre Sapag. O Audi #10 conseguiu a manobra na volta 12, para além da vitória na classe Trophy ficar com o quarto lugar no geral. Oriola selou o domínio recebendo a bandeirada com 2.381s sobre Holton. Chorne foi terceiro completando um pódio multinacional em Interlagos.
Depoimentos:
Pepe Oriola:
“Estou muito contente. Estrear com duas vitórias é um bom início, especialmente porque diferente dos pilotos brasileiros não conhecia a pista. Então estou muito contente e agradeço a a equipe pela confiança. Demonstramos que o carro é muito bom aqui. Tenho bastante experiência com esse tipo de carro e soube utilizar isso na largada da corrida 2 aproveitando as oportunidades para avançar.”
Paul Holton:
“Foi uma ótima corrida 2, o carro estava realmente muito bom durante todo o fim de semana. Na segunda bateria consegui largar muito bem, não tanto quanto o Pepe, que na primeira perna do S já estava na minha porta. Consegui economizar bem os pneus e terminar na segunda posição em uma pista muito boa de se pilotar.”
Raphael Reis:
“Realmente é um cenário totalmente novo. Consegui imprimir muita velocidade com a pole no quali. De forma geral, saio satisfeito. É um modelo novo de competição com largada parada que demanda muitos procedimentos do piloto. Ontem acabou que não consegui treinar largada e vimos que faz bastante diferença. Na primeira corrida fiquei um pouco na largada e na segunda também. Acabei ficando sem freio na segunda e bati passando reto. Mas o carro é muito seguro e vamos mais fortes para Curitiba”.
Ayrton Chorne:
“Estou muito contente com o resultado. Na primeira corrida não tivemos um bom ritmo, levando azar por causa de problema no pneu. Na segunda pudemos melhorar bem o ritmo com o melhor set de pneus que havíamos guardado. E saio satisfeito com o pódio.”
Rodrigo Baptista:
“Foi muito bom o fim de semana inaugural, correndo em Interlagos um campeonato novo. Vimos na primeira corrida que estamos fortes e com certeza terminar no pódio é positivo. Uma pena o que aconteceu na segunda corrida. Não dá para culpar ninguém, pois acho que foi um problema mecânico do outro carro. Mas com certeza são pontos importantes que perdemos para o campeonato.”
Texto e fotos: divulgação TCR
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