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Toma lá, da cá

3 Minutos de leitura

  • Publicado: 11/05/2017
  • Atualizado: 27/03/2019 às 9:38
  • Por: Racing

<p><img alt="Roger corre na categoria CLA AMG Cup do Mercedes-Benz Challenge. (Foto: Fábio Davini)" height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/308714_692270_sandoval2_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>No automobilismo, pilotos são, antes de tudo, rivais. Mesmo assim, é perfeitamente possível que um competidor tenha amigos no grid. Afinal, viajamos juntos várias vezes ao ano e compartilhamos a mesma paixão pela velocidade. Está sempre montado, portanto, o cenário para que amizades surjam aqui e ali – apesar do clima de disputa que toma conta dos autódromos.<br />
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E foi graças a uma relação construída nas pistas que hoje sou piloto do Mercedes-Benz Challenge. Meu conterrâneo Fernando Júnior, com quem “bati rodas” no Campeonato Gaúcho de Automobilismo por vários anos, foi quem me trouxe para o evento. Hoje corro sozinho na categoria CLA AMG Cup, mas pouca gente se lembra que, no início, tive o Fernando como parceiro no mesmo carro.<br />
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E temos uma história bastante curiosa sobre esta antiga dupla de gaúchos, que durou praticamente uma temporada completa e sedimentou meu caminho rumo a este grande evento que é o campeonato da Mercedes-Benz.<br />
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Na etapa de Goiânia de 2014, quando dividimos a pista com a Corrida do Milhão da Stock Car, minha participação no Mercedes-Benz Challenge pela CLA AMG Cup estava apenas começando. Já o Fernando era um veterano vindo da C 250 Cup. Ele era o dono do carro que guiávamos na categoria mais veloz do torneio, e foi quem largou para a prova. Coube a mim o turno final e a honra de receber a bandeirada em primeiro.<br />
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No pódio, recebemos o troféu das mãos de Felipe Massa, e fomos presenteados pela Mercedes-Benz com uma réplica do capacete de Nico Rosberg, uma das estrelas da equipe de Fórmula 1 da marca naquele ano. E foi aí que o Fernando e eu nos tornamos rivais novamente.<br />
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Só havia uma unidade do capacete e, obviamente, eu queria que ela ficasse comigo! Saí rapidamente do autódromo com o capacete na minha bagagem, sem dar muita confiança para a equipe e para os amigos. Foquei no prêmio, entrei no avião com ele e sumi por um tempo.<br />
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Mas depois de algumas semanas a consciência falou mais alto. Pensei: o carro nem era meu; acabei de chegar na categoria; ele pilotou durante a maior parte da prova. Danada esta minha consciência… Dias e dias de luta interna se passaram, até que procurei o Fernando com um “presente” especial.<br />
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Devolvi a ele o prêmio, e guardo desde então somente a lembrança de termos vencido a prova mais especial de 2014. Este resultado me motivou a comprar meu próprio carro no ano seguinte. E, em 2015, ironicamente, conquistei meu segundo resultado mais importante na categoria tendo novamente o Fernando Jr. como protagonista.<br />
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Na etapa de Santa Cruz do Sul, ele corria em casa e era o maior favorito. Liderou toda a prova, mas teve problemas no final e perdeu rendimento. Em contrapartida, meu carro passou a voar nos últimos giros, e consegui uma ultrapassagem sobre ele a poucos metros da linha de chegada. Terminei em segundo, ele em terceiro, com um ar de poucos amigos…<br />
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Confesso que na hora nem pensei na nossa antiga parceria e no fato de que, um dia, ele ficou com o melhor prêmio que ganhei até hoje no automobilismo. Mas, depois que o sangue esfriou e a memória de longo prazo voltou a funcionar, confesso que pensei baixinho, comigo mesmo: “isso é pelo capacete do Rosberg que hoje deve estar na sua sala…”.<br />
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Brincadeiras à parte, dedico essa minha estreia como “colunista” a este meu grande amigo das pistas. Fernando Jr., muito obrigado pelo convite feito em 2014. Sem a sua insistência, eu não estaria aqui hoje. E fique tranquilo. O capacete do Nico está em boas mãos.</p>

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