Ridícula. Foi desta forma que o holandês Kees Koolen se referiu a punição aplicada a Carlos Sainz, líder do Rally Dakar nos carros. O piloto dos quadriciclos entrou com um pedido de investigação contra o espanhol após um suposto toque numa zona de barro durante a sétima especial, disputada entre La Paz e Uyuni, e viu a direção de prova adicionar dez minutos ao tempo do piloto da Peugeot.
Koolen, que completou o Dakar correndo de carro, moto, caminhão e quadrciclo, acredita que poderia ter morrido no acidente. Além disso, o piloto de 52 anos diz ainda que ninguém da Peugeot ou Sainz procuraram ouvi-lo para saber sua versão sobre o incidente.
“Quando isso aconteceu, ninguém veio me perguntar sobre o ocorrido, nem a Peugeot, nem Carlos. Agora escutei a decisão e acho dez minutos muito pouco. A punição deveria ser muito maior, não por Carlos, mas pela situação. Disse para mim mesmo que não falaria sobre isso, mas dez minutos é ridículo”, disse Kooler.
“Eu poderia estar morto e ele não olhou para trás, não parou, não perguntou se eu estava bem. A Peugeot não veio me perguntar. Todos estão falando pelas minhas costas e eu poderia ter morrido, mas ninguém se importa”, seguiu Koolen, que é fundador e ex-CEO do site Booking.com.
“Era um terreno muito difícil para os quadriciclos, com muita água e barro. As dunas da semana passada são muito fáceis para os quads, mas o barro é ao contrário, quase impossível. Temho muitas dificuldades para sair do barro. Eu escutei o sentinel, olhei para trás e vi que vinha o Peugeot. A 152 km/h? É incrível”, comentou o holandês.
“Eu estava no barro e acredito ter tido muita sorte, pois ele me acertou e o quad sofreu muitos danos. Ele diz que não me bateu”, explicou Koolen, que chamou de estúpido o rumor de que teria pedido a punição ao piloto da Peugeot para ajudar a Overdrive, equipe oficial da Toyota no maior rali do mundo.
“Estou surpreso por toda a estupidez que estão dizendo. Li histórias minhas na imprensa e coisas que Orlando Terranova disse. Para mim, não é sobre Carlos, mas sim sobre o que aconteceu. Se o carro estivesse 20 centímetros para a esquerda, eu estaria morto. E se eu estivesse morto, seria muito mais fácil para a Peugeot e Carlos, pois não poderia falar nada”, completou.
Foto: divulgação
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